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O Transtorno do Espectro Autista e a inclusão no mercado de trabalho

Pessoas com TEA podem ter algumas habilidades relacionadas a raciocínio lógico e memorização bastante destacadas. Ainda assim, o mercado de trabalho está longe de ser generoso com elas. 

Há poucos anos, ninguém falava sobre autistas no mercado de trabalho. Felizmente, esta é uma realidade que vem mudando pouco a pouco, à medida em que vão se popularizando as informações sobre essa condição que afeta milhares de pessoas no mundo todo. 

Além disso, ações em prol da diversidade e inclusão no mercado de trabalho incentivam a abertura de vagas e, ainda, de vagas para pcd, nas quais aqueles com TEA se enquadram.

O que é autismo

Para começar, vale a pena entender um pouco o que é autismo ou Transtorno do Espectro Autista (TEA), como é tecnicamente chamado. 

O TEA pode se manifestar de formas variadas. De forma geral, ressalvando os diferentes graus do transtorno, a pessoa apresenta desafios em relação à socialização (habilidades sociais).

Além disso, é comum ver comportamentos repetitivos e dificuldade ou atraso na fala, bem como na comunicação não verbal.

O autismo também influencia na forma como é feita a comunicação e interação com o mundo à volta das pessoas. 

Autismo no mercado de trabalho

Desde 2012, com a Lei Berenice Piana, o Transtorno do Espectro Autista foi definido como uma deficiência. Só a partir de então é que as pessoas com autismo passaram a ter todos os direitos estabelecidos para pessoas com deficiências. 

Entre esses direitos, estão os que são garantidos pela Lei de Cotas para PCD, que estabelece que empresas com mais de 99 empregados devem preencher uma parte dos seus cargos com pessoas com deficiência. 

Ainda assim, dados do IBGE apontam que 85% das pessoas com TEA estejam fora do mercado de trabalho no Brasil. 

No Reino Unido, os dados não são muito diferentes: um levantamento do Office for National Statistics (ONS) aponta que apenas 22% dos adultos autistas estão em qualquer tipo de emprego. 

Nos Estados Unidos, a parcela de desempregados ou subempregados entre os 5,6 milhões de adultos autistas fica entre 50% e 75%. Entre as pessoas com autismo com formação superior, a parcela de desempregados chega a 85%. 

Habilidades fortes de pessoas com TEA

O Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) se manifesta de maneiras muito variadas em cada pessoa. Ainda assim, é possível relacionar algumas habilidades e pontos fortes de pessoas com TEA.

Confira algumas delas, segundo o Altogether Autism:

  • memorizar e aprender informações rapidamente;
  • pensar e aprender de uma forma visual;
  • capacidade de pensar de forma lógica.
  • capacidade de se destacar em áreas como ciência, engenharia e matemática, que são disciplinas técnicas e lógicas que não dependem muito da interação social;
  • ter precisão e orientação aos detalhes; 
  • honestidade e confiabilidade excepcionais;
  • boa organização no trabalho;
  • excelente senso de direção;
  • pontualidade;
  • forte aderência às regras.
  • capacidade de concentração por longos períodos de tempo quando motivado;
  • impulso para a perfeição e a ordem.
  • capacidade de resolução alternativa de problemas.

Desafios de pessoas com autismo no mercado de trabalho

Pessoas com autismo enfrentam muitos desafios no mercado de trabalho. Um dos principais — e mais poderosos — é o preconceito em relação à sua capacidade de trabalho. 

Muitos empregados consideram equivocadamente que pessoas com autismo sejam imprevisíveis e (o que é muito pior) incapazes de realizar suas funções de forma adequada. 

Outros desafios comuns que pessoas com autismo enfrentam no mercado de trabalho são a dificuldade de lidar com muitas interações sociais, como é comum ocorrer em locais de trabalho físico, e interações sensoriais, ou seja, várias pessoas falando ao mesmo tempo, telefones tocando etc. 

Leia também: Como fazer currículo para pessoas com deficiência: veja dicas essenciais 

Carreiras que oferecem boas oportunidades para pessoas com TEA

O blog Autismo em Dia fez uma relação de carreiras adequadas ao estilo de vida e às peculiaridades das pessoas com TEA. Confira algumas delas a seguir.

1. Trabalho com animais

Conviver com animais desde cedo ajuda a socialização de pessoas com autismo. Essa relação muitas vezes se intensifica e, quando dá certo, pode ser transformada em carreira. 

Entre as opções de carreira estão a medicina veterinária, biologia e cuidados com animais, como banho e tosa ou passeador de cães. 

2. Tecnologia de informação

Carreiras na área de tecnologia da informação são boas alternativas para pessoas com autismo. Isso porque elas costumam demandar  habilidades lógicas e matemáticas e capacidade de concentração (que costumam ser pontos fortes relacionados ao TEA).

Além disso, várias opções de profissões da área exigem pouca interação social (o que é um desafio para boa parte dessas pessoas). 

Veja também: Como trabalhar com tecnologia? Saiba entrar neste mercado tão aquecido 

3. Estoque e logística

Profissões relacionadas a estoque e logística também são apontadas como boas alternativas porque, em geral, têm funções mecânicas e repetitivas a que pessoas com autismo costumam se adaptar bem. 

Para saber mais sobre inclusão no mercado de trabalho, confira nossa análise: Diversidade e Inclusão no Mercado de Trabalho: entenda a importância.