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Critério de autodeclaração para refugiados: um apoio que pode fazer a diferença para milhares de pessoas

A imagem mostra dois trabalhadores da construção civil usando capacetes de segurança e uniformes. Eles estão dentro de um prédio em construção e analisam atentamente um documento. Ao fundo, é possível ver um terceiro trabalhador em um andaime, trabalhando na estrutura do teto.

Hoje, dia 20 de junho, é o Dia Mundial dos Refugiados. Um tema que sensibiliza a todos, especialmente nos últimos anos com a guerra na Ucrânia, conflitos no Oriente Médio, forte crise político-econômica na Venezuela, terremoto no Haiti e tantos outros exemplos. Segundo a ONU, só aqui no Brasil, já são mais de 730 mil pessoas refugiadas e em necessidade de proteção internacional.Só em 2023, foram mais de 77 mil. 

A maioria, 574 mil pessoas, da Venezuela, seguido do Haiti, 88 mil e 6 mil do Afeganistão. São muitos os desafios. O principal deles: conseguir uma colocação no mercado, uma forma de recomeçar a vida com dignidade e dar sustento à família. Segundo a ACNUR (Agência da ONU para Refugiados), a empregabilidade é comprometida por muitos fatores: o primeiro deles é o idioma; depois, o acesso a mecanismos de intermediação de mão-de-obra; então a revalidação de diplomas, entre outros. 

Sensibilizada com esse contexto, a Vagas se tornou uma empresa mobilizadora do Fórum de Empresas com Refugiados, iniciativa do Pacto Global da ONU no Brasil e da ACNUR, parceria que resultou na criação do Critério de autodeclaração como refugiado. Trata-se de um campo no formulário do cadastro e do currículo onde o refugiado pode se identificar sobre a sua situação. Essa informação poderá ser selecionada pelas empresas clientes da Vagas, que utilizam sua plataforma de recrutamento e seleção, dando visibilidade a esses profissionais, que passam a ser encontrados. Significa que recrutadores podem colocar como critério essa condição e assim conhecer milhares de profissionais refugiados que buscam uma oportunidade de emprego.

As empresas ganham muito com essa contratação. Ganham reputação junto à sociedade e seus pares, ao mostrar sua sintonia com pautas contemporâneas de responsabilidade social e ESG (Ambiental, Social e Governança). Também já está comprovado que um ambiente de trabalho inclusivo, com a integração de diferentes culturas e trajetórias, enriquecem a convivência, trazem novas visões de mundo, transformando as relações e trazendo mais criatividade para as organizações.

“Acreditamos que a Vagas pode contribuir para a empregabilidade dos refugiados, conectando, por meio da nossa plataforma de recrutamento e seleção, empresas alinhadas com a importância da inclusão e comprometidas com a pauta ESG. Uma política que traz os benefícios da diversidade para a organização, sendo as principais a integração com novas culturas e formas de pensar”.

Mario Kaphan, fundador da Vagas. 

Essa não é a primeira ação da Vagas junto à população de refugiados. Desde 2022, em parceria com a ACNUR, foram realizados diversos workshops de empregabilidade para esse público, onde são dadas orientações de como fazer seus currículos, utilizar a plataforma da Vagas para busca de empregos, entre outras informações que ajudam sua recolocação no mercado de trabalho.

Atualmente, 140 mil refugiados no Brasil tiveram sua situação reconhecida oficialmente, 68 mil solicitam asilo e 523 mil têm necessidade de proteção internacional. Do ponto de vista legal, todos podem trabalhar formalmente no país. Ainda do total de 730 mil pessoas, 574 mil são venezuelanos, 88 mil haitianos e 6 mil, afegãos. O Brasil é o terceiro país com o maior número de exilados na América Latina. 

Emprego e renda para todos –  Ao contrário do senso comum, de que receber refugiados onera os recursos públicos, diversos estudos mostram o contrário. Em 2020, por exemplo, a Fundação Getúlio Vargas realizou uma pesquisa em Roraima, estado que já recebeu e continua recebendo milhares de venezuelanos em sua fronteira. A região teve um aumento de 25% de arrecadação no ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias), e um crescimento de 2,3% no PIB estadual. A receita aumentou, muito mais do que qualquer gasto do governo.

Segundo conclusão do Banco Mundial  em 2023, entre os 35 países da OCDE,Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico, composto por 35 países, as contribuições fiscais líquidas dos imigrantes, medidas como a receita de impostos e as contribuições para segurança social coletadas para imigrantes, menos os benefícios sociais que eles recebem – muitas vezes são ainda maiores dos que as dos cidadãos nacionais. 

Situação dos Refugiados no mundo – O ACNUR, Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ou Agência da ONU para Refugiados), de no final de 2023, uma em cada 69 pessoas globalmente, ou 1,5% de toda a população mundial, foi forçada a se deslocar.

Em dez anos, esse número de pessoas dobrou: em 2013 eram 51,2 milhões e em 2023, 114 milhões. 67% desses refugiados são de quatro países, 5,7 milhões da Ucrânia, 5,7 milhões do Afeganistão, 5,2 milhões da Venezuela e 6,5 milhões da Síria.  

Gráfico demonstrando a proporção de pessoas forçadas a fugir em todo o mundo de 2014 a 2023.

Fonte: ACNUR

Workshops realizados pela Vagas em parceria com o ACNUR

Imagem de uma sala de aula com um workshop da Vagas para refugiador em parceria com a ACNUR.

Fonte: Vagas em parceria com a ACNUR

Workshops Realizados

2022

  • ACNUR: 4 workshops, 156 pessoas impactadas
  • Ven, Tú Pudes: 1 workshop,  16 pessoas impactadas

2023

  • ACNUR: 2 workshops, 42 pessoas impactadas
  • Ven, Tú Pudes: 2 workshops, 40 pessoas impactadas

Esses encontros têm sido fundamentais para ajudar na jornada de adaptação e integração, bem como na aquisição de novas competências para facilitar a inserção no mercado de trabalho brasileiro.

Para tornar esse processo ainda mais rápido e eficiente, a Vagas conta agora com o critério de autodeclaração que permite que esses candidatos sejam mais facilmente encontrados pelas empresas que desejam contratá-los.

Passo a passo para utilização do critério

  1. O candidato deve se cadastrar na plataforma por meio deste link e selecionar o campo “sou refugiado”;
  2. Em seguida, preencher o campo “Qual a sua situação atual no Brasil?” com o status que melhor represente a realidade do candidato no país:
    • Sou um refugiado reconhecido
    • Sou solicitante da condição de refugiado
    • Tenho residência para fins de acolhida humanitária
    • Sou nacional da Venezuela com residência temporária
    • Outra
  3. Caso o candidato já possua um perfil na plataforma, basta realizar o login e, na seção “Dados Pessoais” marcar o campo “Sou refugiado” e responder “Qual a sua situação atual no Brasil?” para adicionar essa informação ao currículo.

Para mais informações sobre as iniciativas de Diversidade e Inclusão da Vagas, clique aqui. E, se você é refugiado e ainda está com dúvidas sobre como inserir o critério em seu perfil, acesse a Central de Ajuda da plataforma.