por João Xavier*
Crescer no emprego durante uma crise é um desafio, mas não é impossível. Pensei nisso outro dia, quando vi uma frase nas redes sociais que dizia mais ou menos assim: “a zona de conforto é um lugar maravilhoso, pena que lá nada cresce”.
Segui pensando o quanto a vida é um grande paradoxo. Trabalhamos para ter segurança e conforto, mas a insegurança e o desconforto são capazes de aprimorar nossa capacidade de trabalho. Orientamos nossos filhos para que eles se desenvolvam e sofram menos com os desafios enfrentados na vida, mas suas próprias experiências e sofrimentos é que são capazes de imprimir caráter e crescimento.
Longe de chavões, como crise – s = crie, ou histórias sobre os chineses que significam a palavra “crise” como oportunidade, minha intenção com este texto é provocar a reflexão e comportamentos positivos.
Claro que ressignificar a crise como “oportunidade” ou “inovação”, pode ser o primeiro passo, mas é apenas o primeiro de muitos outros necessários. Por isso, elenquei 7 passos que pude observar em profissionais (e organizações) que conseguiram “sair” melhores do que “entraram” na(s) crise(s):
Neste artigo você verá:
Como você pode crescer no emprego
1 – Poupe, estude, crie vínculos
O primeiro passo deve ser dado antes da crise. É preciso estar sempre preparado para as adversidades e vicissitudes, afinal, a única certeza nessa vida é a mudança. Por isso, atitudes como: poupar, estudar, conhecer pessoas manterão nossos “músculos” a postos.
2 – Compartilhe sua vida para ampliar sua visão
Trocar informações com sua rede de relacionamentos é a melhor maneira de ampliar a sua visão sobre o que está acontecendo. É importante lembrar que quanto maior e mais diversificada sua rede, mais ampla será sua visão. É preciso ver a floresta e não apenas a árvore, além do mais, pessoas que não foram atingidas pela crise têm condições de avaliá-la melhor.
3 – Entenda o lado dos outros
Outro ponto importante é saber como os outros estão sendo impactados. Afinal, a pior crise a enfrentar é a crise interna, onde meus concorrentes vão bem, mas eu não! Sem falar no efeito reconfortante de saber que outras pessoas estão sofrendo também – não que isso seja um desejo sádico ou maldoso do ser humano, que se satisfaz com a desgraça dos outros, mas gera empatia e até mesmo senso de pertencimento.
4 – Estude o ambiente e o mercado
É preciso analisar minuciosamente as informações captadas por meio da sua rede e das mais variadas fontes de informações possíveis (sites, jornais, redes sociais). Quanto maior e melhor for sua visão a respeito da crise – razões, desdobramentos, impactos, tendências, cenários – maiores são as chances de você se posicionar de maneira correta, ou pelo menos mais correta que seus concorrentes.
5 – Busque mais autoconhecimento
De nada adianta conhecer o ambiente e o mercado e não se conhecer, já que estudamos o mercado e o ambiente justamente para nos posicionarmos em relação a eles. Saber tudo sobre o mercado e saber pouco sobre si mesmo não é garantia de bom posicionamento.
6 – Encare as medidas necessárias
Quando se tem recursos de reserva, autoconhecimento e amplo conhecimento do mercado e do ambiente, é possível elaborar um plano de ações sólido, seguro – com a certeza de que mesmo as medidas mais drásticas levarão à superação.
7 – Persistir, perseverar
Esse passo exige muito suor e resiliência. Trata-se da dedicação a seu objetivo maior, a sua missão. É investir esforços na execução do plano de ações, sempre revisitando os passos 2, 3 e 4, verificando se o plano está realmente levando ao sucesso. É não desanimar com as adversidades, mas aprender com elas.
Quando a geada devasta a plantação, a próxima safra é garantia de alta produção. Isso porque os nutrientes no solo aplicado não foram com os grãos exportados, e as plantas que secaram retornam ao solo, devolvendo tudo que de lá tiraram.
Pense nisso.
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*João Xavier é diretor-geral da empresa de recrutamento Ricardo Xavier.