por Stephanie Crispino*
Esse tem sido um grande dilema na minha vida. Já ouvi de muitas pessoas: “Ah, você deve ser menos emocional” ou “Isso não tem nenhuma lógica”. Pessoas que ansiavam que eu usasse mais a razão na hora de tomar qualquer decisão. Mas como equilibrar razão e emoção?
Será que são as escolhas lógicas que realmente fazem mais sentido para nós? Vamos tentar entender como a razão nos compele a agir no momento de decisão. Para abordar um problema racionalmente, devemos quebrá-lo em variáveis. Em outras palavras, se vamos pensar se decidimos pela carreira corporativa ou empreender, precisamos entender quais são os critérios que entram na equação para definir se a resposta final é x ou y. Parece fácil e direto ao ponto, certo?
Agora, pensemos no porquê de criarmos equações… No meu conhecimento matemático, econômico ou financeiro que não são nada vastos, entendo que criamos modelos para tentar ao máximo aproximarmo-nos da realidade do mundo e das coisas que o compõem. Colocamos um problema em formato de equação para tentar chegar a uma resposta. E o que queremos das respostas? Que sejam verdadeiras.
Ah! Aqui encontramos algo valioso: o que é uma resposta verdadeira na sua opinião? Quando penso não em problemas matemáticos, mas nas respostas que buscamos encontrar ao longo da vida, acredito que elas sejam verdadeiras se forem aquilo que expressa o que realmente queremos e quem realmente somos.
Por que, então, a emoção não deve ser desconsiderada nas escolhas? Onde você acredita que está a essência sobre a nossa autenticidade?
Somos seres complexos que contêm dentro de si diversas variáveis e dimensões que modelos muito simplistas não serão capazes de compreender. Mais do que isso, não seria mais fácil e natural tomarmos decisões sabendo ouvir a nós mesmos? Quero dizer, olhar pra dentro e saber quais vozes guiam aquilo de mais genuíno que temos.
Não se deixe enganar, modelos racionais são ótimos para medir aspectos quantitativos. Porém, o que dizer de outros fatores subjetivos que são fundamentais ao tentar chegar a uma conclusão? Esses, muitas vezes, são deixados de lado. Ou pior: são vistos como ilusórios, subjetivos de mais. Parece-me que muitos de nós – e me incluo nisso – têm uma dificuldade profunda de lidar com o incontrolável, aquilo que não podemos reduzir a números.
Como escolher? Não acredito que exista uma fórmula mágica de três passos que te levarão sempre à melhor resposta. No entanto, há questões importantes de serem colocados a cada decisão que nos propomos tomar.
Como usar razão e emoção para tomar decisões melhores
- Você é capaz de ouvir o que há dentro de você? De diferenciar as vozes da sociedade, dos seus pais, do que é “o certo” daquilo que você quer? Aquilo em que você acredita.
- Ao tomar decisões, sua preocupação está nos medos ou nas vontades? Você se move a partir do seu medo ou da sua coragem? Será que você escolhe um trabalho pela realização e motivação daquilo que será feito ou pela precaução de ter dinheiro suficiente, vontade de ser reconhecido e minimização do risco de não ser bem sucedido? Li um artigo recentemente que dizia que chegamos a uma época em que as pessoas trabalham já pensando na demissão. Parece estranho, mas infelizmente fez muito sentido quando li: escolhemos um trabalho, pensando na maior empregabilidade que teremos no futuro. E por que não considerar o presente? Entender se é aquele o trabalho que faz sentido para nós agora. Se é esse o trabalho que nos deixará felizes e mais plenos no presente e não no futuro.
Não pense que a razão não é importante. A minha intenção é apenas que vejamos razão e emoção como interdependentes e que não precisemos sempre considerar tudo apenas a partir da lógica. E se, como um grande amigo meu defende, usarmos o coração para decidir e a razão para executar?
Acredito em um futuro no qual a emoção será parte vital da forma como agir, portanto, começar a re-significá-la e trazê-la para o nosso dia a dia e, inevitavelmente, para as nossas decisões, parece ser algo urgente. Não tenho dúvidas de que as decisões mais importantes que tomei e que me trouxeram ao que sou hoje foram feitas com a coragem de seguir o coração – apesar dos números algumas vezes mostrarem o caminho contrário.
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*Stephanie é coach de carreira e fundadora da Proposital Coaching