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Crise e alta do dólar agitam o mercado de ações

Executivo conta que este mercado há perdas e ganhos sempre

por Heloisa Valente

Que o mercado de ações é complexo, de intenso corre corre e de riscos, isso não há dúvidas. Mas como funciona esse mundo de investimentos em tempos de crise econômica e alta do dólar? Linican Monteiro, executivo da equipe de análises da Um Investimentos, diz que é um segmento onde há perdas e ganhos sempre. “Como em tudo na vida há o lado bom e o ruim”, afirma.

Ele comenta que tem muito investidor ganhando e outros tendo prejuízo com as incertezas da economia. “Uma boa gestão da carteira, com apostas em companhias que têm seu faturamento atrelado ao dólar, por exemplo, podem ter resultado extremamente positivo”, conta. Nessa linha, ele cita empresas como a Marfrig, JBS e BR Foods como algumas das que têm registrado alta em seus papéis nas últimas semanas e que estão no alvo dos investidores.

As agências de classificação de risco
O analista explica que a deterioração da política fiscal brasileira e a dificuldade de um ajuste de gastos no Governo têm contribuído para a alta do dólar e dos juros no Brasil. “Enquanto não tivermos um equilíbrio nesse setor vamos ter um cenário incerto”. Monteiro lembra que a perda do grau de investimento no Brasil, atestado pela agência de classificação de risco Standard and Poor’s, já é reflexo da falta de uma medida austera nessa direção.

O selo de bom pagador (classificação do grau de investimento) é um atrativo para alocação de recursos no país, seja no ramo acionário ou na economia em geral. Com o rebaixamento, dizem os analistas, pode acontecer fuga de capital interno, já que muitos investidores são impedidos de apostar em mercados onde essa classificação não atinja um patamar mínimo.

Mas, apesar do pessimismo do mercado em cogitar um novo rebaixamento do grau de investimento do Brasil, agora por outras duas agências de classificação (Fitch e Moody’s), o analista da Um Investimento acredita que a volatilidade da economia brasileira esteja próxima de um ponto de equilíbrio. “O dólar no patamar de R$4,00 e a Selic na casa dos 14% devem sinalizar o inicio de uma possível estabilização, que necessariamente precisará vir acompanhada do ajuste das contas públicas para se sustentar”, prevê.

Investir ou não investir?
E enquanto esse patamar mais estável não chega, quem pensa que investir na bolsa é opção ruim, se engana. Da mesma forma que o dólar alto valoriza as ações de empresas que têm seu faturamento atrelado à moeda americana, investidores – principalmente os internacionais – têm seus ativos valorizados para investir, por exemplo, em papéis de empresas brasileiras que podem ser considerados baratos com a situação de baixa momentânea.

Assim, mesmo em momentos de crise, saber investir no ramo acionário pode fazer toda a diferença nas possibilidades de ganhos de longo prazo. Por isso, Monteiro reitera: “uma boa gestão de carteira é essencial”.