por Paulo Tenani*
O Economista que tem especialização em Finanças está em alta neste mundo cada vez mais globalizado, onde as pessoas consomem produtos das mais diferentes regiões, investem nas mais diferentes moedas e trabalham em instituições cada vez mais internacionais.
Existe uma forte demanda por profissionais que entendam o funcionamento dos vários mercados e das diferentes regiões. Afinal, o que significa um aumento nas taxas de juros americanas ou uma desaceleração da economia chinesa para investimentos no Brasil ou para os planos de expansão das empresas? Como isso impacta a estratégia de proteção cambial? De que maneira um investidor deve ajustar o portfólio para ou se proteger ou se beneficiar destas alterações em fatores de risco?
Estas são questões que não definiam o mundo da maneira como ele era antes da queda do muro de Berlim, antes da globalização que caracterizou a década pós-1990. Mas estas são questões que definem a nossa economia de hoje e devem definir cada vez mais a economia do futuro. E elas são algumas das várias questões que um economista com especialização em Finanças saberia responder com propriedade.
O perfil do Economista
Economia é uma Ciência Social e, entre as Ciências Sociais, é a área que mais faz uso de métodos quantitativos. Isto significa que um aluno cursando graduação em Economia é exposto a uma variedade muito rica de disciplinas que acabam por lhe conferir uma formação intelectual bastante sofisticada.
Na grade curricular do curso de Economia, disciplinas tipicamente das áreas de Ciências Sociais – tais como História Econômica, História do Pensamento, Formação Econômica e Social e Economia Brasileira – dividem espaço com disciplinas das áreas de exatas, tais como as de Matemática – que cobrem Cálculo Diferencial, Calculo Integral, Equações Diferenciais, Teoria dos Jogos etc. – e Estatística. Isto sem contar as inúmeras disciplinas que são tipicamente de Economia, entre elas Macroeconomia, Microeconomia, Organização Industrial, Econometria e outras.
No passado, quem pretendia trabalhar no mercado financeiro costumava optar por cursar cinco anos de graduação em Engenharia para adquirir uma formação sólida em métodos quantitativos. Esses alunos cursavam disciplinas como Mecânica dos Fluidos, Resistência dos Materiais, entre outras, que, apesar de muito interessantes, tinham pouco a ver com o seu interesse profissional. O sacrifício parecia necessário porque dizia-se que era mais fácil explicar ciências humanas para um engenheiro do que matemática para alguém formado em ciências humanas. Felizmente isso não é mais verdade.
Hoje, um curso de Economia com especialização em Finanças une as duas coisas: a variedade riquíssima das disciplinas do curso de Economia com as enormes contribuições práticas da área de Finanças. É uma formação que une sofisticação intelectual com praticidade, como poucos cursos de graduação podem oferecer
Consequências práticas
Entre as várias sub-áreas de Economia, aliás, a de Finanças é justamente aquela que resultou nas consequências práticas mais contundentes, literalmente transformando – com uma rapidez impressionante – o dia a dia dos profissionais. Isto é ilustrado pelos inúmeros Prêmios Nobels outorgados para a área de Finanças, que cobrem contribuições como a Teoria Moderna do Portfólio, o “Capital Asset Pricing Model”, o Teorema de Modigliani Miller, o Teorema de “Black and Scholes” para precificação de opções e a Teoria dos Mercados Informacionalmente Eficientes, entre várias outras contribuições.
Quem conhece a maneira ingênua como se investia dinheiro antes da década de 1970/1980? Naquela época, os investimentos eram concentramos naquela ação que era supostamente a “boa da vez” sem nenhuma consideração com risco ou com o portfólio. Hoje, o dinheiro é investido dentro do contexto de um portfólio eficientemente diversificado com exposição a diferentes fatores de risco e utilização dos instrumentos de derivativos. Quem compara as duas formas não pode deixar de apreciar as enormes contribuições da área de Finanças para o dia a dia do mercado financeiro.
Mercado de Trabalho
Bancos, Gestoras de Recursos, Corretoras e o Mercado Financeiro de uma maneira geral, além de Organizações Internacionais como o FMI, Banco Mundial, OCDE, Bancos Centrais e Bancos de Desenvolvimento, são o caminho natural para o economista. Este tipo de profissional é também demandado por grandes empresas para trabalhar em várias funções que vão além dos Departamentos Econômicos e Financeiros.
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*Paulo Tenani é PhD pela Columbia University, Professor da FGV/EESP e coautor do livro Armadilhas de Investimento. Foi Economista para Mercados Emergentes do Swiss Bank Corporation em Nova York, Estrategista da Salomon Smith Barney Citigroup Asset Management e Chefe de Pesquisa para a América Latina do UBS Wealth Management.