por Fernando Porto
Você já pensou em ser algum dia um bom diretor de riscos e segurança cibernética? E que tal um executivo de educação online ou um chief information officer? Tem o perfil para essas profissões? Se não tem ideia do que sejam esses cargos, não se preocupe. As profissões citadas ainda não são requisitadas no Brasil, mas tenha certeza que serão as mais cobiçadas e remuneradas em 2015 – ou no mais tardar, em 2016. Esse levantamento anual de novas profissões “quentes” é feito nos Estados Unidos pela CTPartners, um dos principais players globais em executive search, que lançou recentemente a 19ª edição do Hot Jobs.
O levantamento é feito a partir de inputs fornecidos pelos consultores da firma ao redor do mundo e detalha neste ano as posições mais demandadas em vários setores, principalmente tecnologia. “Verificamos o número de posições abertas nos Estados Unidos. Ela define uma tendência, mas não é ainda uma realidade do mercado brasileiro. Como estamos sempre um passo atrás em tecnologia, o que ocorre lá fora sempre reflete como tendência no Brasil nos anos seguintes”, explica Ana Claudia Reis, sócia da empresa e responsável pelas áreas de tecnologia, telecom, mídia e serviços.
E em quanto tempo esses empregos começarão a ser exigidos no Brasil? “Cada vez menos. A tecnologia tem sido propagada de uma forma cada vez mais rápida. Essa distância entre os países tem sido encurtada. É razoável dizer que há um delay, um espaço de tempo entre a posição comercial demandada lá fora e quando começa a ser procurada aqui. No caso dessas profissões que são ‘hot jobs’, tem muito a ver com casos de sucesso que tenham sido implementados”, responde a executiva. “São posições que vêm para ficar. E, claro, quem já tem essas experiências para os novos desafios – compostas ou não com outras pessoas numa equipe – saem na frente” acrescenta.
As bolas da vez
Veja com detalhes as três posições hot jobs em tecnologias apontadas nos EUA e que brevemente devem movimentar a “guerra” dos head hunters:
Chief Information Officer – O CIO migrou do back office para a sala de reuniões de negócios, tendo agora um papel mais visível, estratégico e de maior demanda e relevância. Muitas empresas têm adicionado novas atribuições e títulos duplos, como “CIO e SVP” (Senior Vice-president), em um claro reflexo do aumento da responsabilidade da função e da importância crítica de TI dentro das organizações. O “CIO 2015” está na vanguarda de muitas tendências associadas a outros hot jobs.
Diretor de riscos/segurança cibernética – Proteger os ativos digitais de uma organização nunca foi tão importante e complexo. A capacidade de garantir que os dados dos clientes estão seguros é hoje uma das três principais prioridades corporativas.
Executivo de Educação online – Com a rápida proliferação de conteúdos educativos online, instituições de ensino, empresas privadas e entidades sem fins lucrativos estão cada vez mais oferecendo conteúdo de aprendizagem nessa modalidade. Haverá forte demanda por executivos com as competências necessárias para conduzir as organizações no que se refere ao desenvolvimento de novos produtos, à potencialização da experiência dos usuários e à análise estratégica de dados e informações.
O estudo complementa que há também uma forte procura por executivos seniores para a área digital e para o e-commerce, incluindo-se os que transitam pelas novas tendências do varejo, a exemplo do Omin-Channel, evolução dos conceitos de multicanal e cross canal. “Para postos mais complexos, as perguntas que o empresário faz são: Onde encontro esse profissional? Tenho como desenvolvê-lo internamente ou trago alguém do mercado que tenha experiência prévia no assunto? Em muitos casos, é uma composição de vários profissionais”, analisa Ana Cláudia.
“No caso do big data, por exemplo, muitas empresas têm utilizado uma composição de vários skills para começar a criar um expertise internamente, com matemáticos e físicos que conseguem fazer todos aqueles modelos preditivos e estatísticos para tratar as informações, mas não dispensam ter alguém com viés muito grande de negócios porque os profissionais dessas áreas não estão preparados para business. E quem desenvolve esses profissionais primeiro acaba tendo que cuidar bem deles porque são os primeiros a serem abordados pelas grandes organizações”, conclui.