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Impressão 3D invade até a moda

Estilista Pedro Lourenço cria peças usando nova tecnologia

por Fernando Porto

Criar objetos físicos em uma impressora a partir de dados digitais recebidos na máquina era uma façanha inconcebível décadas atrás e apenas possível em filmes de ficção científica. Antes usada para modelagem de protótipos de carros, a impressão 3D, mais conhecida como prototipagem rápida, ficou mais acessível para a fabricação de modelos tridimensionais para diferentes aplicações. A “tinta” da impressora costuma ser um filamento de plástico ABS ou PLA. Empreendedores usam hoje a impressão 3D para criar presentes, modelos de bonecos para animação, próteses odontológicas, dentre outras aplicações.

Uma das áreas que descobriram as maravilhas da impressão 3D é a indústria da moda. É o caso do estilista brasileiro Pedro Lourenço que, em parceria com a fabricante de impressoras Stratasys, criou acessórios de moda impressos em 3D – peças que foram destaque da última São Paulo Fashion Week 2014, em maio. A coleção “Capsule Primavera Verão 2015” de Lourenço mostrou colares de material plástico ABS. Após a impressão, as peças foram finalizadas e pintadas nas cores escolhidas para compor a coleção.

Impressão 3D na área da Moda

Colares feitos de FDM, em material plástico ABS. Após a impressão, algumas peças são banhadas a ouro

Alguns dos acessórios receberam, inclusive, um banho de ouro para dar o efeito elegante de uma joia. “Estou interessado não apenas na estética, como também na funcionalidade que esta tecnologia pode trazer ao usuário da moda. Acredito que, por meio da impressão 3D, poderemos encontrar novas formas de decorar e construir roupas”, explicou o estilista. A tecnologia usada nos acessórios de Lourenço foi a FDM (Fused Deposition Modeling) para peças duráveis, solidificando finíssimas linhas de termoplástico derretido.

“O que o público não vê é que podemos trabalhar nos bastidores da moda, de diversas maneiras, desde gabaritos e moldes até matrizes para estamparia de padrões ou fundição de acessórios”, afirmou Renata Sollero, country manager da Stratasys Brasil. Para quem deseja criar acessórios de moda ou peças em outra área, o valor mínimo de uma impressora básica pode ser de R$ 10 mil.

“Em relação ao software, existe hoje uma série de possibilidades de softwares gratuitos, tanto para modelagem como para escaneamento. Para captar uma geometria em 3D, pode-se utilizar um iPhone com o software 1, 2, 3D, por exemplo. Para modelagem básica, a Autodesk tem o ThinkerCad, que é gratuito. As pessoas também podem acessar geométricas prontas no Thingverse e customizá-las”, observa Renata. O preço dos filamentos de plástico ABS ou PLA, para moldagem de objetos, custa em média US$ 50 por quilo – geralmente absorvido no preço final conforme a encomenda do cliente.

Renata observa que não é necessário um curso de capacitação para operar as máquinas. “E o usuário recebe um treinamento no momento da instalação”, concluiu.