por Heloisa Valente
Ninguém está livre de perder o emprego de uma hora para outra, ainda mais em tempo de instabilidade econômica. Se você acha que vai entrar na mira do corte na sua empresa é bom se preparar financeiramente para esse delicado momento. Mauro Calil, especialista em investimentos do banco Ourinvest e fundador da Academia do Dinheiro, diz que a palavra de ordem nesse período é poupar.
Ele explica que guardar 10% da renda todo mês é uma boa maneira de formar uma reserva. “Com essa economia, ao longo de meses, associada à multa e ao FGTS, será possível suportar um breve período de estiagem”. Calil destaca, no entanto, que o desejável é que o profissional adquira o hábito de poupar essa quantia sempre, até que se atinja volume para liquidar os principais gastos por 12 meses.
“Essa lição de casa deve ser feita por todos os membros da família não só para um momento ruim. Na hora do aperto, essa reserva maior trará fôlego para pagar as despesas cotidianas, sem muito prejuízo ao padrão de vida estabelecido”, afirma.
No entanto, esse planejamento ainda não é prática comum na maioria dos lares. Por isso, quando a demissão bate à porta, a sensação muitas vezes é de desespero. O especialista comenta que a dor de perder o emprego é considerada uma das piores sensações que o ser humano pode sentir. “Apesar do momento conturbado, não se esconda do mundo”, sugere.
Soluções caseiras
Manter-se ativo, na opinião dele, é caminho certo para novas oportunidades e para ficar distante da depressão, doença que pode aparecer em momentos conturbados como esse. “A sugestão é ativar toda a sua rede de relacionamento para tentar conquistar mais rapidamente uma recolocação.”
Calil enumera uma série de ações na rotina da família que ajudam a esticar o dinheiro em um período pós-demissão. “Caso seja necessário, cancele cartões de crédito e fique apenas com um que te ofereça limite de até 50% de sua renda; não compre roupas por um período de seis meses; cancele viagens; venda um carro; mude os filhos de escola; deixe de ter momentaneamente bichos de estimação; e fuja dos empréstimos”, diz.
De acordo com ele, o empréstimo pode ser uma armadilha para o profissional demitido. “A sensação, em um primeiro momento, é a de que os problemas estão resolvidos com o dinheiro na mão e as contas pagas. Mas, na realidade, o que se está fazendo é um parcelamento de dívida com mensais fixas. É mais uma conta a pagar que se juntará a tantas outras que não são parceladas”, explica.
E alerta: “O perigo aqui, lembra ele, é o comprometimento de mais de 30% da renda com as prestações o que pode levar a pessoa a um endividamento de longo prazo”.