por Ana Lisboa*
Estamos habituados a sermos cobrados por uma carreira sólida, onde se ganha uma considerável soma de dinheiro por mês e se acumula patrimônio a todo custo. Quanto mais cedo um profissional chegar a esse nível de desenvolvimento, melhor. Considera-se que esse é um profissional de sucesso.
Ocorre que poucas dessas pessoas têm consciência de que a vida é composta de diversas outras áreas de interesse que devem ter igual atenção por parte dos profissionais, como a vida de cônjuge, de cidadão, de pai ou mãe, de filho ou filha, saúde, espiritualidade, bem-estar físico.
Estamos sempre nos deparando com profissionais de sucesso que são filhos descuidados, pais ausentes, retraídos perante a sociedade ou debilitados com relação a seu próprio bem-estar físico e emocional. Eles podem ter suas famílias sempre muito bem vestidas e munidas de todos os bens materiais que podem adquirir, mas, ao mesmo tempo, lotam as agendas de terapeutas e psicólogos por toda a cidade porque bens materiais dificilmente suprem carinho, atenção e cuidados.
Com o passar dos anos, a intolerância do profissional a estas inconsistências de sua vida faz com que o ser humano reveja seus valores e entenda que a empresa é apenas uma parte das suas obrigações. Esta fonte de tensão relacionada a valores e princípios tende a oprimir as pessoas e fazer delas reféns de sua própria carreira. É nesse ponto que o sentimento de culpa passa a interpretar o papel de inquisidor dos atos e vontades do profissional.
As empresas modernas estão muito preocupadas com produtividade e sabem que, se as pessoas não estão bem, a produtividade cai e consequentemente caem os lucros e a participação no mercado. Elas buscam profissionais com as seguintes características:
- Foco nos clientes internos e externos;
- Pro-atividade
- Perfil Consultivo e Conciliador
- Foco nos resultados
- Fomentador de Alianças e Parcerias
- Visionário de Negócios
- Líder
- Competente
- Com constante disposição para aprendizagem
- Compartilhador de decisões
- Administrador
Moral da história, além de um profissional com todas essas características, temos, sim, que pensar em outros aspectos sociais, familiares e de bem-estar físico e emocional. É o peso da modernidade que constrói “super-humanos”, com armadura indestrutível e o próprio interior vulnerável.
Confesso que também me sinto oprimida pela necessidade de trabalhar muito e ao mesmo tempo desempenhar todos os outros papéis, o dia caba ficando curto demais para trabalhar, descansar, cumprir com os compromissos com as outras pessoas e cuidar de si mesmo e da família.
E você como tem se sentido ultimamente? Vale a reflexão. Até a próxima!
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*Ana Lisboa é coach de Vida e Carreira.