por Stephanie Crispino*
Autoconhecimento é algo que anda muito na moda e que, aparentemente, todos querem ter. Como se esse tal de autoconhecimento fosse uma espécie de diploma, o qual atesta saber bem quem somos e o que queremos, e que podemos pendurar na parede do quarto ou do escritório. Será que isso basta?
A palavra “autoconhecimento” se refere ao conhecimento e à compreensão que as pessoas têm de si mesmas, sabendo identificar seus gostos, características, sentimentos e inclinações e padrões de comportamento.
Somos seres em constante transformação e, assim, também precisamos sempre atualizar o nosso conhecimento sobre nós mesmos. O que realmente importa no autoconhecimento, entretanto, é o que ele é capaz de gerar.
A compreensão do porquê somos como somos traz uma libertação única. Permite-nos chegar ao sonhado auto-desenvolvimento. Queremos nos conhecer melhor para sermos melhores pessoas. E isso ajuda a contar a nossa história, inclusive na entrevista de emprego.
Neste artigo você verá:
Autoconhecimento é um exercício contínuo
O exercício contínuo de refletir sobre si é um hábito que podemos desenvolver, mas que requer muita entrega e resiliência. Afinal, por que você acha que até hoje não conhece tudo que há para conhecer sobre si? Provavelmente, existem momentos ou parte de quem somos que preferimos deixar bem guardados em uma gaveta que esperamos nunca mais ter de abrir. Nossa mente sabe bem que isso não é possível. Essas memórias guardadas a sete chaves, muitas vezes, estão mais presentes do que imaginamos.
Nós somos feitos de luz e sombra e, portanto, nem tudo que vamos descobrir na jornada do autoconhecimento será fácil. Porém, desvendar as suas próprias sombras será difícil somente até o ponto em que elas pararem de controlar você, de trazer medo. Então, também serão elas parte consciente da sua história.
A essência do que estamos falando aqui é: consciência. Apenas o que conseguimos compreender é passível de mudança. Não podemos largar um vício se nem sequer reconhecemos que a fuga para as redes sociais atua em nós como tal, ou “pequenas” manias são, na verdade, compulsões.
O que você conhece sobre si? Consciência tem a ver com sermos sinceros e aceitarmos a história que já passou. Aceitar não é se acomodar, deixando a nossa história nos definir, mas olhar com honestidade para as memórias que formaram quem nós somos hoje, compreendendo e sentindo a sua real importância.
4 passos para o autoconhecimento
Se você estiver disposto a mergulhar na sua própria história, sugiro que siga estes quatro passos. Vamos lá!
1 – Resgate suas memórias mais marcantes
Conhecidas em inglês como self-defining memories, essas memórias que nos definem são imagens muito vívidas e, ao mesmo tempo, curtas que passam na nossa mente como cenas de algum instante da nossa vida. Lembramos delas com detalhe e é quase a sensação de sentir novamente aquele momento. Se quiser exemplos mais didáticos dessas memórias-base, aproveite para assistir ao filme Divertidamente.
Dica: experimente explorar diferentes fases, inclusive, a sua infância. Caso não lembre muito desse passado mais distante, aproveite para falar com pessoas que fizeram parte desses momentos e, com eles, reconstruir a sua história.
2 – Fale sobre suas memórias
Agora é hora de trabalhar a consciência. Procure contar para alguém próximo e em quem você confia essas memórias que o definem e por que você acredita que elas são tão marcantes na sua vida. Peça a ajuda dessa pessoa para escutar ativamente sem fazer muitas interrupções e complementando, apenas se necessário, com alguma pergunta que ajude você a aprofundar cada vez mais o seu autoconhecimento. Preste atenção em como você se sente contando essas histórias, que sentimentos vêm à tona.
3 – Procure fatores que se repetem nas suas histórias
Da consciência, traga a compreensão. Busque padrões. Junto com a pessoa com quem você compartilhou as memórias, tente entender quais são os fatores que se repetem nas diferentes histórias que você contou. Pode ser que em todas elas você tenha tido uma mesma dificuldade ou sempre demonstrou uma aptidão ou interesse por algo em específico. Ou ainda que, na maioria delas, tenha reagido de uma mesma forma ao se deparar com um conflito. Independente do que seja, sem pensar muito se está certo ou errado, foque no que faz sentido para você e confie na sua autopercepção.
4 – Avalie como essas repetições ajudam a entender quem você é
Liste todas essas repetições e se pergunte: como essas repetições me ajudam a entender quem eu sou? A resposta para essa pergunta pode ajudar a entender mais sobre a sua identidade. Também pergunte-se: existe algo que ainda me prende ao passado? As dores também fazem parte da história, mas é preciso saber tratá-las sem deixar que as cicatrizes o definam ou, pior, deixar feridas abertas que ainda atuam em você sem você saber.
Da resposta à primeira pergunta, podem surgir os seus pontos fortes, as suas paixões, suas motivações, entre outros aspectos da sua pessoa. A partir da segunda pergunta, surge o grande desafio do autoconhecimento: como compreender essas feridas e curá-las? Lembrando sempre que essa cura, assim como o autoconhecimento, é algo no qual devemos investir tempo.
Comece agora mesmo essa jornada, mas se lembre de avançar um passo de cada vez!
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*Stephanie é coach de carreira e fundadora da Proposital Coaching