por Marcus Lopes
Um grupo de jovens inovadores mineiros resolveu unir a tecnologia e a educação em um projeto pra lá de criativo. Através dos conceitos de informática e robótica, eles criaram um robô cujo objetivo é auxiliar no desenvolvimento do raciocínio lógico das crianças.
Batizado carinhosamente de Téo, o robozinho tem seus movimentos realizados através de um painel de controle. O painel é cheio de buracos e cada um deles recebe uma peça escolhida pela criança, como naqueles antigos jogos e brinquedos de lógica. Cada peça encaixada corretamente pela criança aciona o robô em um movimento para frente, para trás, para a esquerda ou direita.
“Queríamos criar um robô para ajudar crianças autistas a se socializarem. Mas nosso orientador nos alertou que o projeto seria muito grande para ser concluído em um ano. Então decidimos trabalhar com o desenvolvimento lógico das crianças de tal forma que o projeto pudesse ser utilizado também na sala de aula, transformando-a em um ambiente mais divertido”, explica Gustavo Lúcios Fernandes, de 18 anos, porta-voz do grupo de seis estudantes do Colégio Cotemig, em Belo Horizonte, que desenvolveu o projeto.
Criatividade
“O principal objetivo é desenvolver a área de lógica de uma criança sem perder o brilho de um brinquedo”, diz Gustavo. “Somos estudantes recém-formados do ensino médio e técnico e já passamos muitas horas dentro de uma sala de aula. Logo, sabemos o quanto o sistema de ensino brasileiro é engessado e com um padrão que limita a criatividade da criança. O Téo chegou para mostrar que é possível aprender se divertindo”, diz Gustavo, que sempre gostou de ciências e inovações. “Robótica sempre foi uma de minhas matérias prediletas”, conta.
A execução do trabalho do grupo contou com a coordenação do professor Rafael Zanetti, do Cotemig. “Me empolguei com o projeto ”, diz Zanetti, que orientava cada passo a ser dado pelos jovens inovadores. Foi dele, por exemplo, a ideia de contatar uma psicopedagoga para o desenvolvimento do conceito educacional do robô. “No final chegamos a um resultado excelente”, diz Zanetti.
Téo foi apresentado no ano passado em uma das principais feiras de tecnologia de Minas Gerais, a Tecnofeira, em Belo Horizonte. A recepção foi tão boa que o projeto ganhou o primeiro lugar em inovação tecnológica, com direito a prêmio em dinheiro para o grupo de inventores.
Escala comercial
Mesmo assim, o caminho ainda é longo para que o robô seja produzido em escala comercial. “Infelizmente nenhuma empresa, privada ou pública, entrou em contato conosco”, lamenta Gustavo.
Os jovens inovadores, porém, não desanimam. “Nosso sonho é ver o Téo nas salas de aula, nas casas das pessoas, fazendo o que ele sabe fazer de melhor: ajudar as crianças a pensarem”, afirma Gustavo. O projeto também pode ser conhecido no site