por Cris Degani*
Trabalhar em supermercado, ou no varejo em geral, é a porta de entrada de muita gente para o mercado de trabalho. Isso acontece porque muitas das funções no comércio exigem pouco ou quase nenhum conhecimento específico.
Outro motivo é que quase sempre alguém tem um conhecido que já trabalha no comércio e pode indicar aquela pessoa. Para se ter ideia, no Estado de São Paulo, 2 milhões de pessoas trabalham com carteira assinada no comércio varejista segundo a Pesquisa de Emprego da Fecomercio SP.
Os principais cargos do comércio são operador de caixa, balconista, vendedor, encarregado de estoque, repositor de mercadorias, entregador, empacotador, auxiliar de limpeza e ajudante geral. Os contratantes, sejam os próprios donos do estabelecimento, gerentes de loja ou pessoas de confiança procuram por profissionais honestos e comprometidos, que querem aprender, que sejam cordiais e não façam corpo mole!
Trabalhar em supermercado é uma experiência completa
O trabalho no varejo é também o primeiro emprego formal de muita gente. Isso porque trabalhar como operador de caixa, balconista, vendedor, estoquista etc. é uma experiência completa em termos de contato com clientes, organização de mercadorias nas gôndolas, relacionamento com distribuidores e negociações com clientes e fornecedores. Cada vez mais lojas, supermercados e farmácias aceitam menores aprendizes como para ocupar essas posições.
Hugo Lima começou a trabalhar com 15 anos como embalador, em um pequeno supermercado. Ele conta que rapidamente passou de embalador de supermercado para outras funções, como repositor de mercadorias, entregador e estoquista. “Foi um grande aprendizado, eu amo trabalhar com o público, acho que a gente aprende muito escutando o cliente”, diz.
Para ele, é fundamental que a pessoa saiba conviver em um ambiente cercado de muitas pessoas diferentes (clientes, funcionários, fornecedores, entregadores, chefes e donos do negócio). Além disso, ele fala: “você não tem de ser o melhor funcionário, mas um dos melhores, sempre mostrar ‘serviço’, que está aprendendo com os outros mais experientes e melhorando”.
Dicas para trabalhar como operador de caixa
A operadora de caixa Eliana Lopes, que trabalhou em um grande hipermercado por muitos anos, tem experiência no assunto. Além de ser atento e proativo, Eliana orienta que o profissional recém contratado seja um bom ouvinte e atenda os clientes com calma. “O operador de caixa de supermercado tem de ser uma pessoa que saiba trabalhar em equipe, tenha respeito pelo próximo e coloque amor no seu trabalho”, conta ela.
Outra profissional que trabalhou como caixa por mais de 10 anos foi Sandra Levandosky. Foi o primeiro trabalho dela. São três as qualidades que ela reconhece como fundamentais nessa profissão: simpatia, atenção com as mercadorias e a cobrança e envolvimento com os clientes no atendimento.
“Muitas vezes o cliente acaba desabafando com você, contando uma história, e temos de ser receptivos. Alguns acabando voltando e escolhendo o seu caixa porque você não só atendeu ele bem, mas foi um ombro amigo quando ele precisou”, Sandra confidencia. Ela aprendeu que o sorriso e a boa educação são importantes para a profissão, assim como evitar bater papo na frente dos clientes.
Muitas das atividades que executou lá, como tirar notas fiscais, atender no balcão e resolver problemas, ajudaram a se soltar mais – ela era muito tímida -, crescer profissionalmente e na vida pessoal também.
Para aproveitar boas oportunidades, Sandra sugere que os estudantes de ensino médio participem de processos seletivos como operador de caixa ou mesmo que procurem oportunidades próximo de suas residências. “Vejo que o salário médio é bom para quem quer fazer faculdade e melhorar de vida. E, além disso, tem a carreira no supermercado dependendo do tamanho do negócio”. No Mapa VAGAS de Carreiras, o salário médio de um caixa é de R$ 1.400,00.
Confira outras dicas de quem já trabalhou nessa área:
- Se você trabalha em uma loja, supermercado ou farmácia pequenos, saiba mais sobre os produtos que o estabelecimento comercializa. Muitas vezes os clientes ficam com dúvidas ou querem uma opinião quando chegam no caixa;
- Contar troco, familiarizar-se com as notas de dinheiro e moedas é muito importante;
- Evite conversar com colegas sobre assuntos pessoais. É desrespeitoso com o cliente, porque mostra que a atenção não está nele;
- Pergunte sempre a forma de pagamento. Pode parecer óbvio, mas é do operador de caixa que deve vir a pergunta após passar as compras.
*Cris Degani é formada em Jornalismo e desde o início da carreira trabalha com Marketing e Negócios Digitais. Está na VAGAS.com há 7 anos e atualmente é Marketing de Produto de soluções de R&S para o pequeno varejo (MPEs).