por Fernanda Bottoni
Este definitivamente não foi um ano fácil para o varejo. Segundo Julia Ximenes, assessora econômica da FecomercioSP, 2014 foi caracterizado pela desaceleração nas vendas de bens duráveis, que são dependentes de crédito e acabam comprometendo uma porcentagem significativa da renda das famílias, mas também por uma elevação no consumo de bens essenciais e de primeira necessidade, como alimentos, produtos de higiene e de limpeza e medicamentos.
“Segundo dados da Pesquisa Conjuntural do Comércio Varejista do Estado de São Paulo (PCCV), elaborada pela entidade, foram registradas quedas no faturamento real das vendas das concessionárias de veículos e nas lojas de eletrodomésticos e eletrônicos”, afirma. “Por outro lado, houve crescimento – mesmo que modesto – nas vendas das farmácias e perfumarias e nos supermercados e isso corroborou para evitar uma retração ainda mais aguda no varejo total do Estado”, afirma.
Essa desaceleração nas vendas do varejo teve impacto, sim, sobre o mercado de trabalho. “O nível de confiança dos empresários baixou e eles passaram a se mostrar menos propensos a investir no aumento do seu quadro de funcionário”, afirma. Segundo dados da FecomercioSP, em 2013, houve aumento de 1,3% no número de empregados, mas, em 2014, esse avanço deve ser de apenas 0,7%. Para 2015, as contratações devem permanecer em ritmo lento. Em geral, aliás, as perspectivas da FecomercioSP para o próximo ano são um tanto pessimistas. A entidade acredita que a economia deve manter os principais indicadores macroeconômicos nos mesmos patamares de 2014. Ela afirma, no entanto, que os ajustes esperados para o ano poderão recompor aos poucos a confiança de famílias e empresários.
Players internacionais – A Hays, por outro lado, não parece tão pessimista. Segundo a empresa especializada em recrutamento, o mercado de varejo viu chegarem ao Brasil players internacionais que trouxeram know-how e expertise que contribuíram para tornar as estruturas internas mais profissionalizadas. Segundo o Guia Salarial Hays Insper 2014/2015, as empresas estão buscando cada vez mais profissionais completos, com visão holística sobre seus negócios e alta capacidade de gestão. A conclusão é de que apenas um bom viés comercial não é mais suficiente.
Em relação aos salários, o relatório aponta que os cargos mais bem pagos são de Diretor de produto de Redes Varejistas e Franquias, que ganha entre R$ 23,7 mil e R$ 31,8 mil, Diretor de operações de Redes Varejistas e Franquias, com salário entre R$ 19,5 mil e R$ 36,4 mil e Diretor de produto de Grande Distribuição, de R$ 21,6 mil e R$ 27,2 mil.
Entre os gerentes, destaque para Gerente comercial de Redes Varejistas e Franquias, que tem salário entre R$ 15,9 mil e R$ 21,9 mil, Gerente de e-commerce de Grande Distribuição, entre R$ 11,9 mil e R$ 19 mil, e Gerente de marca de Redes Varejistas e Franquias, de R$ 15,6 mil a R$ 18,1 mil. O levantamento da Hays considera empresas de grande porte de São Paulo.
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