por Guss de Lucca
Ainda existe confusão entre o entendimento que o público faz de um técnico em relação ao tecnólogo. Seriam esses profissionais equivalentes? Existe diferença na formação de cada um deles? Quem responde o que é e o que faz um tecnólogo é Eduardo Ehlers, diretor de graduação do Centro Universitário Senac – Santo Amaro.
O que é um tecnólogo?
“A primeira coisa que o leigo precisa saber é que o curso de tecnologia é considerado um curso de graduação como os de bacharelado e licenciatura. Eles conferem um diploma que permite ao aluno fazer um mestrado ou um doutorado sendo egresso de um curso de tecnologia”, conta ele. “Quando ouvem o termo tecnólogo muitos confundem com curso técnico, o que é um erro, pois o técnico é equivalente ao segundo grau”.
De acordo com Ehlers isso ocorre em parte por conta dessa modalidade de curso ter ficado conhecido apenas nos últimos 15 anos. “É importante ressaltar que a legislação brasileira confere os mesmos direitos e deveres aos tecnólogos e aos bacharéis, sendo a principal diferença o foco do curso”, define ele.
“Um bacharelado trata de uma determinada área de conhecimento de modo mais abrangente. Ao passo que o curso de tecnologia aprofunda um determinadao conhecimento dentro dessa área abrangente”, completa Ehlers.
Um exemplo é o da área de administração. Enquanto no bacharelado em administração o aluno passa por várias áreas de conhecimento, como recursos humanos, marketing e logística, o tecnólogo estuda pontos específicos, caso do curso de Tecnologia em Gestão de Recursos Humanos, onde durante dois anos o foco é apenas esse.
“Outra diferença é que esses cursos surgem a partir de demandas evidentes no mercado de trabalho. No passado os cursos de tecnologia eram bacharelados em Ciências da Computação. Com o tempo surgiram cursos de tecnologia em Banco de Dados e em Sistemas para Internet, por exemplo”, diz o diretor de graduação.
Com mensalidades acessíveis e menor tempo de duração, em média dois anos, os cursos para tecnólogos vem conquistando cada vez mais espaço no mercado. “Os números do Ministério da Educação mostram que esses cursos vêm crescendo no Brasil. Talvez a gente caminhe para o que ocorreu em outros países, como Alemanha e Estados Unidos, que têm 50% dos profissionais formados em cursos de curta duração”, conta Ehlers.
Outra questão que existe é se os cursos de tecnologia vão substituir os bacharelados. Para o diretor de graduação cada um tem o seu espaço no mercado profissional. “Existem empresas buscando profissionais com conhecimento específico, enquanto talvez para cargos de gerência o administrador com bacharelado tenha perfil mais adequado”.
“Nesse início de ano o mercado não está fácil para ninguém, mas sabemos que em determinadas áreas existem demandas de profissionais. A tecnologia da informação continua muito aquecida. Toda empresa precisa de profissionais que lidem com sistemas, redes, bancos de dados, internet – percebemos que os alunos, durante o curso, têm facilidade em conseguir estágios bem remunerados se comparados a outras áreas”, conta.
*O dia do tecnólogo é comemorado em 6 de outubro.