por Heloisa Valente
As dinâmicas de grupo são extremamente importantes dentro de um processo de seleção e um momento temido por muitos candidatos. A coach Heloísa Schauff explica que essa etapa é reveladora de competências para um determinado cargo e também do comportamento do profissional. “Por isso, para se dar bem, o fundamental é ser espontâneo”, alerta.
Essa etapa do processo seletivo ajuda a traçar um perfil do candidato em termos de habilidades e isso se junta a outras características reveladas na entrevista pessoal. “É um processo complementar que mostra atributos como respeito ao próximo, espírito de equipe, liderança ou bons argumentos para uma negociação”, afirma a coach.
Mas, afinal, porque essa etapa do processo seletivo é uma das mais temidas? Heloísa diz que a exposição do candidato a um grupo desconhecido é um ponto-chave. Nesse aspecto, ela destaca que o autoconhecimento e informações sólidas da empresa para a qual estamos pleiteando a vaga são imprescindíveis. “A combinação desses dois itens, aliados a uma comunicação clara e objetiva, gera confiança e posicionamentos coerentes.”
A coach explica que as dinâmicas têm peso importante na decisão de se contratar ou não um candidato e ressalta a necessidade do profissional ser ele mesmo. “Nessa etapa, demonstrar suas reais características é o melhor caminho. Não adianta ser bonzinho em tudo, conquistar a vaga e dali a três meses ser dispensado do cargo por não atender as expectativas da organização”, analisa.
Técnicas duvidosas
Mas e quando as dinâmicas criam situações constrangedoras? Aquelas nas quais as empresas utilizam técnicas motivacionais que propõem ao profissional dançar em público, cantar jargões com palavras constrangedoras ou até colocá-los em situação de risco, como andar sobre brasas, isso tudo para avaliar coragem, espírito coletivo ou se ele “veste” a camisa da companhia em qualquer situação.
Heloísa diz desconhecer esses tipos de técnicas e suas eficácias e analisa a circunstância pelo viés do profissional, funcionário da empresa ou candidato à vaga. “Dinâmicas de grupo têm que ser elaboradas e aplicadas com o maior rigor ético e por profissionais qualificados para a função.”
“A participação ou não nesse processo fica a critério de cada profissional. É claro que a recusa pode ter o lado ruim, de ele ser descartado da seleção ou até perder o emprego. Mas em uma situação assim, vale mais os seus princípios de não querer participar do quadro de colaboradores de uma empresa que propõe esses tipos de treinamentos”, afirma.
No entanto, a especialista comenta que a decisão de não participar pode até ser interpretada pelos recrutadores ou líderes de equipe como um ato grandioso, agregando uma qualificação a mais ao profissional. “Se por um lado a interpretação fica pelo descumprimento de regras, por outro ela pode ser uma habilidade desafiadora a ser trabalhada em prol da empresa, do cargo e da carreira”, conclui.
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