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Horário flexível: sem disciplina não vinga

Mas, se bem administrado, pode ser um modelo ideal nas relações trabalhistas

por Heloisa Valente

O horário flexível de trabalho tem se expandido no Brasil, principalmente em empresas globalizadas que tem por aqui fuso horário diferente do seu país sede. Com o modelo de gestão, colaboradores ganham mobilidade nas horas a serem cumpridas internamente e maior autonomia para concluir suas atividades. Aparentemente um modelo dos sonhos, certo?

Mais ou menos, avalia Sylvia Ignacio, coordenadora do curso de Gestão de RH da Universidade Anhembi Morumbi. Para ela, muitos profissionais não se adaptam à realidade porque são dependentes do trabalho em equipe ou não são disciplinados quanto a horários para desenvolver suas tarefas a distância. “Nesses casos, a mobilidade pode até ser prejudicial, uma vez que proporcionará mais horas de trabalho disponível por parte do colaborador.”

Por outro lado, ela diz que o horário flexível, se bem administrado, pode sim ser um modelo ideal nas relações trabalhistas. “Com ele é possível conciliar melhor vida corporativa e familiar, aumentar a produtividade e a satisfação com o ambiente profissional”, afirma. Também como ponto positivo ela destaca a motivação do colaborador em mostrar ao seu chefe/líder o bom resultado que essa flexibilização pode trazer.

E não é somente o funcionário de empresa que está de olho nessa forma de trabalho. Prestadores de serviços autônomos como advogados, engenheiros, designers, arquitetos, jornalistas, entre outras atividades apostam no desenvolvimento de tarefas a distância para aumentar produtividade e melhorar sua qualidade de vida. “Além do horário flexível, ganha força a execução de atividades no modelo home office”, aponta.

Cultura organizacional
Sylvia afirma que essa nova realidade é algo que vem sendo trabalhada na gestão da carreira dos profissionais, tanto nas habilidades do chefe/líder que têm que coordenar essas atividades descentralizadas como na do subordinado que precisa apresentar resultados efetivos. “É um modelo que tem muito a expandir e que se bem administrado pode trazer ganhos nas duas pontas do negócio.”

Na avaliação dela, uma das características importantes que o horário flexível traz é a posição de autonomia. “Essa sensação de liberdade para executar tarefas e conciliar vida pessoal e corporativa é altamente motivadora. A administração do tempo e o foco no resultado são itens que se sobressaem nos profissionais inseridos nessa forma de trabalho”, destaca.

A especialista em gestão explica que para o bom desenvolvimento das atividades em horário flexível é preciso que o profissional mantenha o seu superior informado sobre o andamento das tarefas. “Pode ser apenas uma troca de e-mails, mas a comunicação é fundamental. Isso não significa ser dependente o tempo todo de informações, mas uma forma de alinhar resultados satisfatórios”, resume.