por Fefa Costa
Muito se sabe das possibilidades positivas que ter um MBA – Master in Business Administration – no currículo traz a um profissional, mas o segredo para conquistar todas essas vantagens está em fazer escolhas que melhor encaixem no perfil e objetivos profissionais de cada um.
Assim como no caso da pós-graduação e do mestrado, só pode fazer MBA quem é graduado em cursos de nível superior. Porém, diferente do mestrado, a pessoa formada em MBA não pode dar aulas na graduação.
Quem opta por um MBA está dando um foco mais corporativo a sua carreira. Através dele, o aluno pode se preparar melhor para lidar com a gestão de uma empresa e com negócios de forma geral.
O processo de escolha da instituição, porém, não é simples. O aluno deve seguir muitos critérios, como avaliar corpo docente, jornada do curso e, principalmente, qual o direcionamento que busca para sua carreira.
Para o coordenador da HSM Educação, Fernando Serra, existem três situações em que um profissional deve pensar em cursar o MBA:
1) Quando precisa de uma visão de gestão para ampliar suas possibilidades de carreira;
2) Quando há necessidade de um reposicionamento profissional;
3) Quando deseja mudar de área (ou, por diversas razões, mudou).
“Cursar o MBA te dá ferramentas para vencer desafios. Mas a atenção na hora da escolha é para o que você quer e quais horizontes quer ampliar. Não pense apenas em promoção ou maiores salários.”
Uma dica do especialista é fazer um aconselhamento profissional, analisar possibilidade de pós, cursos de curta duração, e a vocação do MBA, de acordo com a instituição que o oferece.
Segundo Serra, a jornada em horas do MBA, muito se assemelha a pós-graduação lato sensu pela regulamentação do MEC. E seu diferencial na formação está presente nos debates e na dinâmica acadêmica, muito mais visual e com profissionais que tem vivência de mercado.
“O estipulado pelo MEC são 360 horas e um trabalho final do curso. Algumas instituições no Brasil chegam a oferecer até 500 horas, com atividades dentro e fora de sala de aula.”
Analisando este aspecto, além do corpo docente e da própria instituição, encontramos onde reside o forte contraste de valores de investimento. Mas na hora de avaliar qual o melhor caminho, o investimento não deve ser um quesito determinante. Não significa também que o mais caro pode ser o melhor para você.
Quando pensar em sua formação, considere suas capacidades técnicas, intelectuais e pessoais. Elas são a garantia uma carreira promissora.
“O conhecimento técnico cresce nas questões cotidianas e na sua capacidade de propor soluções. Mas quanto mais elevado o cargo que ocupa, menos peso ele tem em seu desenvolvimento profissional, dando lugar a seu conhecimento pessoal e de relacionamento. Esse, ao longo da carreira, cresce e determina promoções e novos cargos”, comenta Serra.
O coordenador ainda cita uma pesquisa nos Estados Unidos, que concluiu que profissionais entre 28 e 35 anos conseguem ter um aumento salarial após o MBA – em torno de 40%, em média. Já profissionais com mais idade, este aumento não ultrapassa 5% em media. Para isso um MBA bem focado pode fazer diferença.
MBA dentro ou fora do Brasil?
Muitas vezes a resposta a esta pergunta tem como norte valores, custos e investimentos.
Há alguns anos, a melhor alternativa para quem queria conquistar altos cargos, era fazer um curso de MBA fora do país. O cenário mudou. Agora, as instituições brasileiras também oferecem cursos de boa qualidade. Mas, o direcionamento pode ser diferente. Como decidir?
Primeiro passo é esclarecer. Fora do Brasil, o MBA não possui ênfase ou especialização. É um curso de mestrado em Administração e segue padrões. Claro, cada instituição tem uma tendência, um perfil. Mas o curso é o mesmo.
Outro ponto é a jornada de estudo. Os principais cursos, nos Estados Unidos, por exemplo, são em tempo integral. Os que não são em tempo integral destacam jornadas com mais de 600 horas.
Outra consideração é que para estudar fora, além do investimento, deve haver um planejamento. Documentos, cursos, testes, entrevistas, se a instituição tem o seu perfil, nota média do GMAT, TOEFL, número de vagas por candidato, tamanho da turma, possibilidades de bolsa de estudos ou financiamento, onde ficar, como manter-se por dois anos e, principalmente, ser aprovado.
Para Viviane Wright – sócia da MBA House, que oferece assessoria de admissão, preparação para o GMAT e TOEFL e aconselhamento profissional para MBA – dedicação é fundamental.
“É uma preparação considerável que leva entre 6 a 18 meses para completar, dependendo da competitividade do MBA almejado.”
Segundo a especialista, cerca de 300 candidatos brasileiros são aceitos em MBAs internacionais por ano. Um grupo que apresenta índice de empregabilidade de 97%.
“O aluno que realiza um MBA no exterior torna-se um profissional extremamente requisitado e pelo qual o mercado brasileiro paga um preço de ouro para contratar. O MBA para o brasileiro é portanto certeza de um crescimento acelerado na carreira e na vida pessoal.”
Mas, ainda reside na escolha o segredo do sucesso.
“Um erro comum é o candidato basear-se exclusivamente em ranqueamento para escolher a escola. Apesar de o prestígio ser um fator a ser levado em consideração, certamente não é o único. Existem diferenças significativas entre os MBAs considerados top. O perfil de aluno aceito em Harvard é muito diferente (e até oposto em alguns critérios) do perfil do candidato aceito em Stanford.”
Pré-requisitos. Pós Graduação ou MBA?
Para ser aprovado, o profissional deve passar por testes de habilidades lógicas, conhecimento de mercado, inglês e análise da experiência profissional. Pode haver outros critérios de filtro, com o objetivo de formar turmas coesas. Não encare toda essa avaliação como algo negativo, pois ela também tem a função de apresentar a dinâmica do curso e da instituição para ver se você se encaixa ou não.
Cada instituição tem requisitos para admissão em um MBA. Entre eles estão a realização de um Graduate Management Admission Test (GMAT), também conta a experiência profissional, formação acadêmica, referências, cartas de recomendação e entrevistas pessoais. Em paralelo, são muitas vezes valorizadas experiências extracurriculares.
Marta Gonçalves, gerente comercial da Faculdade Impacta Tecnologia, reforça a importância do profissional interessado em fazer MBA estar atuando na área.
“É extremamente indicado, que o candidato ao curso esteja trabalhando na área, e que este curso venha agregar valores no quesito mais estratégico e gerencial.”
Sobre Pós ou MBA, a diferença está no propósito do profissional. Um ponto comum aos especialistas é que o MBA, pelo MEC, tem o peso de uma pós-graduação lato sensu em administração. Mas com uma proximidade maior com o mercado.
“Os MBA são cursos Lato Sensu voltados à gestão e tomada de decisões. Os cursos de Pós-graduação são cursos mais técnicos”, comenta a gerente.
A escolha profissional de Marta foi pelo MBA, e ela está satisfeita com o retorno. “Concluí o MBA Executivo Internacional em Planejamento e Estratégia de Negócios com apoio da TI em 2011. Em 2013, meus conhecimentos proporcionaram a minha indicação para assumir outra área. Quase tudo que aprendi no MBA utilizo em meu dia-a-dia.”