Muitas pessoas estão cometendo erros de português sem se dar conta do quanto isso prejudica a sua carreira. Na etapa de seleção, por exemplo, alguns levantamentos apontam que a taxa de reprovação em “ditado” e “redação” tenha aumentado 60% nos últimos anos.
O dado é assustador porque quem comete erros gramaticais prejudica sua imagem e joga pelos ares muitas oportunidades, inclusive a de ser promovido ou chamado para entrevista de emprego. Já pensou nisso? Se ficou preocupado, confira alguns erros comuns para você nunca cometer.
Neste artigo você verá:
Erros de português que muitos profissionais cometem
1. “Segue os relatórios…”
Regra número um da concordância verbal: o verbo concorda com o sujeito, mesmo quando o sujeito vem depois, como é o caso acima. O correto é “seguem os relatórios”, no plural, ou “segue o relatório”, no singular. Atenção também quando a frase for longa. Nunca diga “O dono desses carros são felizes”, ok? O “dono”, núcleo do sujeito da oração, está no singular e é também no singular que o verbo deve ficar.
2. “Eu vou estar estudando inglês no próximo ano.”
Entre os erros de português mais comuns, teste tem nome, “gerundismo”, e o resultado é tenebroso para sua imagem. Não tente enfeitar o discurso com ele. O melhor é dizer “Eu vou estudar inglês no próximo ano” ou “Estudarei inglês no próximo ano”, se estiver escrevendo. Simples e eficiente.
3. “Ele falou pra mim fazer.”
Você diz “Mim vai almoçar”? Com certeza não, não é? “Mim” não faz nada porque jamais pode ser o sujeito da oração. O correto é “Ele falou para EU fazer”. Pode parecer estranho, mas é o certo e, se você começar agora a falar assim, logo vai se acostumar. Só use o “mim” em casos deste tipo: “Ele gostou de mim” ou “Ele fez o relatório para mim”.
4. “Houveram problemas no seu voo.”
Errado. O correto é “houve problemas no seu voo”. Sabe por quê? Haver no sentido de existir (ou quando indica tempo) não tem sujeito, por isso fica sempre na terceira pessoa do singular. Exemplo: Há dez problemas, houve dez problemas, haverá dez problemas. Quando estiver em dúvida, pense no presente. Você diz “hão problemas” ou “há problemas”? A lógica é a mesma para futuro ou pretérito. 😉
5. Fazem três meses que procuro emprego
É o mesmo caso do “haver” no sentido de existir: não tem sujeito. Portanto, é sempre singular. Faz um ano, faz dez anos, faz mil anos. Há um ano, há milhões de anos. E, no pretérito, fez um ano, fez dez anos, fez mil anos. Havia um ano, havia um século, havia cinco anos. Nunca “houveram” ou “fizeram”, ok?
6. “Porque eu não fui promovido?”
Vamos lá:
– Use “por que” separado no início de uma pergunta.
– Use porque junto na resposta, por exemplo: “Você não foi promovido porque não escreve bem”.
– Use “por quê” separado e com acento quando ele estiver sozinho ou no fim da pergunta. Assim: “Você acredita nisso? Por quê?”.
– Use “por que” separado e sem acento sempre que ele puder ser substituído por “por qual motivo”. “Eu não sei por que não fui promovido” (“eu não sei por qual motivo não fui promovido”)
– Use “porquê” junto e com acento quando ele vier com o artigo “o” e puder ser substituído por “motivo”. “Eu não sei o porquê de tanta confusão.”
7. “Estou muito ancioso para conseguir um emprego.”
Está entre os erros de português mais comuns, mas também mais simples de corrigir. Com certeza você está “ansioso”, com “s”, de SEMPRE. Fácil de lembrar, não?
8. “Eu tive muita assertividade nos testes.”
Provavelmente você tenha tido muitos acertos. Ainda que seja bem comum que as pessoas usem a palavra no sentido de “acertar”, ter “assertividade” significa falar de forma clara, direta e objetiva. Não quer dizer que você tenha acertado alguma coisa, ok?
9. “Vamos se ver amanhã?”
Falar assim pode ser comum, mas é errado. Lembra dos pronomes reflexivos? Eu me encontro, Tu te encontras, Ele (Você) se encontra, Nós nos encontramos, Vós vos encontrais, Eles (Vocês) se encontram. Da próxima vez, então, o melhor é dizer “Vamos nos ver amanhã?”. Combinado?
10. Embaixo ou em baixo?
Quem nunca se confundiu na hora de escrever onde está alguma coisa? Vamos lá:
Embaixo é um advérbio de lugar e é sempre escrito dessa forma.
Exemplo: a folha está embaixo do caderno.
Em baixo não é um lugar, mas um adjetivo.
Exemplo: eu falei em baixo tom de voz ou aquela escultura em baixo-relevo.
11. Abaixo ou a baixo?
Esta é mais uma dúvida bastante frequente na hora de escrever.
Você deve usar “abaixo” quando quiser indicar uma localização (embaixo de alguma coisa, por exemplo) ou um sentido (de cima para baixo, por exemplo).
Por exemplo, “as informações estão abaixo” ou “ela nadou rio abaixo” ou “a empresa foi abaixo”.
“A baixo” você pode usar quando estiver falando de algo que foi de cima para baixo (“de alto a baixo”, por exemplo). Para saber exatamente quando usar “a baixo” considere que a expressão pode ser substituída por “para baixo”.
Na frase “a empresa foi abaixo” você não quer dizer que “a empresa foi para baixo”, certo? A menos que ela tenha ido para baixo de algum lugar. Por exemplo: “Com a chuva, a empresa escorregou para baixo do estacionamento.” É estranho, mas gramaticalmente pode acontecer.
12. Em cima ou encima?
Aposte em “em cima”, que indica uma posição “superior”. A maçã está em cima do prato, a sua mão está em cima do teclado ou a sobrancelha está em cima do olho.
“Em cima”, assim separado, é o contrário de “embaixo”, que se escreve junto.
“Encima” até existe, mas é raríssimo que alguém utilize. É o verbo “encimar”, que significa algo como “coroar”. “Ela encimou a reunião com uma frase de efeito”.
13. “Esse curso é gratuíto.”
Não, não é… Ele é “gratuito”. Como não há acento agudo no i, o correto é falar com a sílaba tônica no “u”, como se fosse gratúito.
14. Não olhe para traz
Está errado porque nesse sentido – de uma coisa atrás da outra – o correto é usar “trás” com “s” como o de “atrás”. Traz, com z, existe e também é bastante utilizado, mas no sentido de trazer. Essa é mais fácil de lembrar, né?