Tornar o ambiente de trabalho igualitário em relação às mulheres é um antigo e grande desafio. Para entender o motivo, basta observar alguns números do IBGE. As mulheres são maioria (52,3%) entre as pessoas em idade de trabalhar. No entanto, representam apenas 43,3% das pessoas que de fato trabalham. E – o pior – elas ocupam menos de 40% dos cargos gerenciais públicos ou privados em todo Brasil.
Neste artigo você verá:
O que fazer para tornar o ambiente de trabalho igualitário
A tarefa de vencer esse desafio, no entanto, não pode ser delegada apenas à alta gestão ou ao RH. Todo profissional e gestor podem fazer a sua parte para tornar o ambiente de trabalho mais justo e igualitário para as mulheres.
Reconheça os seus vieses inconscientes
Você já ouviu falar de viés inconsciente? É um conjunto de estereótipos que temos sobre determinados grupos de pessoas. Como o próprio nome diz, nós não temos consciência desses “pré-conceitos” e, muitas vezes, também não temos controle sobre a influência que eles têm sobre as nossas escolhas.
Uma boa forma de todo funcionário contribuir para promover a igualdade de gênero nas empresas é prestar atenção aos seus próprios vieses, para reconhecê-los e tentar anular ou, pelo menos, reduzir a influência que eles têm.
Você se incomoda por ter uma chefe mulher? Por que exatamente? Você acha que os homens, de forma geral, são mais estáveis emocionalmente? E mais inteligentes? Já se perguntou em que exemplos ou dados essas suas impressões se apoiam? Pense nisso.
Evite termos ou piadas sexistas
Piadas sexistas em que as mulheres sempre parecem menos inteligentes (para usar um eufemismo) podem parecer engraçadinhas, mas não são. Já pensou no que está por trás dessas brincadeiras?
Evitar essa prática é uma forma de não gerar constrangimento e nem reforçar vieses inconscientes.
Torne seu quadro de funcionários mais equilibrado
Como gestor, você pode ir além das recomendações acima e trabalhar para equilibrar a quantidade de homens e mulheres em sua equipe.
Observe quantas mulheres e quantos homens trabalham para você. Os números estão equilibrados? Quem está na linha de sucessão? Observe se os seus próprios vieses não estão influenciando demais essas escolhas, tanto no processo seletivo quanto na hora da promoção.
Crie ações afirmativas
Se for preciso, crie ações afirmativas, aquelas que inicialmente privilegiam grupos até então discriminados, para reduzir as desigualdades no ambiente corporativo.
No Brasil e no mundo, felizmente, algumas empresas estão liderando ações desse tipo. Globalmente, a Salesforce, fornecedora de Customer Relationship Management (CRM), assumiu o compromisso de acabar com diferenças salariais e, desde 2015, já gastou US$ 10,3 milhões para equiparar a remuneração entre homens e mulheres e também entre diferentes raças e etnias.
Outro caso é o da Natura que, em 2018, anunciou a meta de terminar 2020 com 50% de mulheres nos cargos de liderança. São exemplos que você pode seguir – por que não?
No final das contas, promover igualdade no ambiente de trabalho é bom para todos. Os empregados trabalham mais felizes, realizados e comprometidos, o que aumenta a produtividade e melhora o clima.
Por outro lado, a empresa pode obter maior lucratividade, comprovada por dados, inclusive. O estudo Delivering through diversity, da McKinsey, avaliou mil empresas espalhadas por 12 países e concluiu que aquelas que estão no quartil superior em relação à diversidade de gênero em suas equipes executivas têm 21% mais chances de obter rentabilidade líquida (margem EBIT) acima da média do que as empresas do último quartil.
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