Home > Notícias > Trabalho depois da pandemia: qual o cenário previsto

Trabalho depois da pandemia: qual o cenário previsto

Home office, modelo híbrido ou volta para o trabalho presencial nos escritórios? Houve uma mudança profunda na forma como as pessoas lidam com o trabalho depois da pandemia e, ainda, em algumas regras.

profissional chega ao escritório com máscara na mão

Se depender da vontade dos brasileiros (de 77% dos brasileiros, mais exatamente), o trabalho depois da pandemia será híbrido. É isso o que demonstra uma pesquisa divulgada pela empresa de recrutamento Robert Half em agosto de 2022.

E tem mais: 39% dos profissionais qualificados já dizem que recusariam uma proposta de trabalho se a empresa não oferecer trabalho totalmente remoto ou, pelo menos, flexível.

Confira a seguir algumas das tendências para o trabalho nestes novos tempos, embasadas na pesquisa de 2022 da Robert Half e em outras fontes de dados. 

Como será o trabalho depois da pandemia no Brasil

Ninguém sabe ao certo como será o trabalho daqui para frente, mas alguns sinais já indicam quais devem ser os caminhos mais comuns. Vamos a eles? 

Home office funciona (e ninguém pode negar)

Antes da pandemia, o home office era visto com desconfiança pelas empresas. A falta de opção, no entanto, fez com que a maioria delas implementasse o trabalho remoto do dia para a noite.

Apesar da rapidez da virada de chave do modelo de trabalho, em poucos meses, os gestores já admitiam que o home office funciona. Líderes também notaram que muitos profissionais já tinham maturidade (independentemente da idade) para conciliar trabalho e vida pessoal no mesmo ambiente físico. 

Prova disso está na pesquisa da Robert Half realizada entre maio e junho de 2020. Os resultados mostram que 62% dos executivos entrevistados já se diziam surpresos positivamente com a capacidade de entrega de seus colaboradores e equipes no trabalho remoto durante a pandemia.

Detalhe: apenas 10% notaram alteração negativa e 28% não observaram diferença.

Modelo híbrido deve se espalhar

Após reduzir o espaço físico de seus escritórios — e descobrir a economia que isso pode gerar — muitas empresas passaram a adotar o modelo híbrido, que acaba sendo a maior tendência para o trabalho depois da pandemia. 

A ideia é que os profissionais possam alternar trabalho remoto com presencial. Algumas empresas especificam dias para cada modalidade. Outras, liberam o home office algumas vezes por semana.

E ainda há aquelas que reúnem periodicamente as equipes para reuniões e momentos de convívio. 

Em geral, estamos todos experimentando para descobrir qual a fórmula ideal para cada um. 

Empresas de ponta tornam-se officeless

Algumas empresas deram um passo além e aderiram à era officeless (ou “sem escritório”, na tradução literal). A Vagas é uma dessas empresas. 

O que isso significa? Que os colaboradores podem trabalhar de onde quiserem, independentemente de esse lugar ser sua casa ou não (como é o caso do home office).

Aqui, o colaborador pode optar por trabalhar de um café, de um coworking de sua preferência, de uma casa alugada na praia ou no campo. 

A empresa também pode escolher manter um espaço físico de apoio, como uma sala de coworking, para eventuais necessidades como troca de equipamentos ou pela própria vontade dos colaboradores de fazer uma reunião presencial, por exemplo.

Essa ainda realidade se refere a uma fatia pequena das empresas — que, em geral, são jovens que já nasceram digitais — mas é um movimento a ser observado. 

Teletrabalho está regulamentado

Quando a lei regulamenta o teletrabalho, é impossível dizer que ele não seja uma tendência clara. E foi justamente o que aconteceu no Brasil entre agosto e setembro de 2022. 

Em agosto, o Plenário do Senado aprovou a Medida Provisória que definiu o trabalho remoto (ou teletrabalho) como a prestação de serviços fora das dependências da empresa. Um mês depois, a lei foi sancionada.

De forma geral, essa prestação de serviços pode ser feita totalmente remota ou de forma híbrida, mas não pode ser um tipo de trabalho que possa ser caracterizado como trabalho externo. O trabalho de uma equipe de manutenção de máquinas ou de vendedores porta a porta, por exemplo. 

A prestação de serviços no teletrabalho deve estar bem explicada no contrato de trabalho. Além disso, o profissional em teletrabalho pode prestar serviços por jornada, por produção ou tarefa. 

Estágio remoto regulamentado

A mesma lei do teletrabalho também regulamentou que aprendizes e estagiários também podem trabalhar remotamente. 

As regras são basicamente as mesmas dos profissionais que atuam em regime CLT. Ou seja, o regime de teletrabalho deve estar claro no contrato de prestação de serviços. 

Profissionais filtram vagas 

Outra tendência firme é a filtragem de vagas pela possibilidade de fazer home office ou trabalhar de forma totalmente remota. 

Na plataforma de carreiras Vagas.com, você pode fazer isso seguindo esta trilha:

“Refine sua busca” → “Local de trabalho” → “Na empresa e home office” ou “100% Home Office”. 

Muitos profissionais experimentaram e gostaram de trabalhar dessa forma durante a pandemia e agora não querem pensar em perder horas no trânsito para voltar aos escritórios. 

A própria pesquisa que citamos no início do texto comprova isso: quase 40% dos profissionais qualificados recusariam uma proposta de trabalho que não oferecesse trabalho remoto ou híbrido.

Vale lembrar que, desde o início da pandemia, muitas pessoas deixaram os grandes centros – como São Paulo ou Rio de Janeiro – para morar em cidades menores, com mais qualidade de vida e menores custos, contando com adoção total do teletrabalho. 

Contratação sem fronteiras

Profissionais que trabalham remotamente, especialmente em áreas relacionadas à tecnologia, tendem a ser disputados mundialmente. Esse movimento começou a ser sentido pelas empresas brasileiras do segmento logo no início da pandemia e tende a se intensificar.

O que isso quer dizer? 

Significa que muitos talentos nacionais poderão morar no Brasil e trabalhar para empresas dos Estados Unidos ou da Europa – inclusive ganhando em dólares ou euros. 

E o contrário também acontece. Você pode trabalhar remotamente para o Brasil e morar em qualquer lugar do mundo. Já pensou em ser nômade digital? 

Novas formas de comunicação com colegas e clientes

Ferramentas digitais de comunicação tornaram-se padrão para muitos contatos. Ainda que tudo tenha começado de forma atropelada durante a pandemia, reuniões por Zoom, Meet e ferramentas do tipo devem continuar em alta. 

É preciso descobrir formas de estabelecer contatos digitalmente e fazer com que eles se tornem tão “próximos” quanto costumam ser na era puramente presencial. 

Por exemplo, se você costumava visitar clientes fisicamente e, com isso, conseguir estreitar sua relação com eles, este é o momento de atingir o mesmo objetivo, mas de forma remota, trocando o “olho no olho” pela “olho na tela”. 

Necessidade de cuidar do corpo e saúde mental

O trabalho híbrido ou totalmente remoto faz com que a gente saia menos de casa e tenha de lidar com questões pessoais e profissionais ao mesmo tempo e no mesmo lugar.

É preciso ter atenção às necessidades do corpo e da mente. É importante reservar tempo e espaço para alguma atividade física, momentos de lazer e cuidado com a alimentação. 

Trabalho presencial para determinadas áreas e funções

Claro que o trabalho presencial continuará a ser essencial em determinadas áreas e funções, principalmente aquelas relacionadas à saúde, produção fabril ou limpeza, por exemplo. 

Até que o mundo passe por uma nova evolução (e nunca sabemos ao certo quando ela virá, não é mesmo?), esse tipo de vaga continuará a exigir que você esteja fisicamente no local de trabalho. 

Agora que você já sabe que trabalho remoto e híbrido são tendências fortes neste pós-pandemia, confira as principais vantagens e desvantagens do home office