por Fernanda Bottoni
As universidades corporativas têm um papel fundamental em relação à disseminação dos conteúdos que são importantes para o próprio desenvolvimento de uma empresa. Quem explica isso é Graziella D’Enfeldt, gerente de desenvolvimento organizacional do Grupo Boticário. Lá, a grade da universidade corporativa anda lado a lado com o mapa estratégico da empresa. “Temos seis escolas referentes aos temas de maior impacto: Liderança, Gestão Corporativa, Técnica, Operações, Mercado e Cultura e Valores”, conta. Além disso, o grupo tem parceria com instituições como ESPM e Fundação Dom Cabral.
A Vale é outra empresa que investe na formação dos seus profissionais. “O setor mineração requer uma mão de obra que normalmente não se encontra pronta no mercado e um nível de especialização que estimule a colaboração e aprendizado com o outro e com a prática”, explica Tatiana Matos, gerente de Educação da Vale. Por isso, a Valer, sua universidade corporativa, foi criada em 2003 para desenvolver pessoas com o objetivo de assegurar a sustentabilidade do negócio.
Treinamento extenso
Além disso, alguns programas como o de Formação Profissional (PFP) recrutam pessoas com pouca experiência, que recebem um treinamento extenso antes de assumir suas funções na empresa. “A retenção acaba sendo uma consequência da possibilidade que a Vale oferece aos seus empregados de se desenvolver”, acredita Tatiana.
Graziella, do Grupo Boticário, concorda com ela. “Nós temos 98% de taxa de retenção de talentos e o desenvolvimento profissional oferecido por meio da universidade corporativa é, com certeza, um dos fatores que pesam, tanto do pronto de vista da atração quanto da retenção.”
Outro fator interessante que ela destaca é a relação entre os treinamentos oferecidos pela universidade e as promoções recebidas pelos profissionais. “Embora a disponibilização do treinamento não esteja atrelada à promoção, o que se observa é que a importância dada pela organização a sua universidade corporativa traz como consequência ainda mais desenvolvimento para seus profissionais, o que reflete em promoções e aproveitamento interno”, diz ela. Em 2012 e 2013, por exemplo, anos em que o grupo teve um aumento no número de participações nos cursos, as promoções também aumentaram. “Em 2011, tivemos 415 promoções”, conta Graziella. “Já em 2012 foram 674 promoções e em 2013, 837.”