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Millennials adotam mais a IA do que a geração Z, revela pesquisa

Contrariando todas as expectativas, a liderança na adoção de Inteligência Artificial no ambiente de trabalho não pertence à Geração Z. Um estudo recente revela que os Millennials estão, na verdade, à frente na utilização dessas novas ferramentas. A principal fonte para essa reviravolta é o levantamento global “World of Work Report”, conduzido pela Monday.com em parceria com a agência de pesquisas Qualtrics, que joga uma nova luz sobre como as diferentes gerações interagem com a tecnologia em suas carreiras.

Os números do relatório são diretos e surpreendentes. Enquanto 73% dos Millennials já adotaram a IA em suas rotinas profissionais, essa taxa é de 65% para a Geração X e de apenas 59% para a Geração Z. Além da menor adesão, quase metade dos profissionais mais jovens, 42%, expressa uma preocupação específica: o receio de que a IA venha a automatizar justamente as partes mais interessantes e prazerosas de seus trabalhos, esvaziando suas funções de significado.

Uma das explicações para essa cautela vem de Yael Miller, diretora na Monday.com. Segundo ela, a Geração Z, por ter crescido em um ambiente de imersão digital total, tende a ser mais analítica e exigente com as promessas da tecnologia. Em contrapartida, os Millennials acompanharam a transformação digital de forma mais gradual e, por isso, demonstram uma empolgação maior com o potencial disruptivo que a IA oferece ao dia a dia corporativo.

Outro ponto crucial, apontado pela especialista Tey Yanagawa, da Cia de Talentos, é que muitos profissionais da Geração Z estão em posições de entrada, com pouca autonomia para implementar novas tecnologias ou decidir quais ferramentas usar. A fluência digital não se traduz automaticamente em poder de decisão dentro de uma hierarquia empresarial, o que limita a experimentação e a adoção de inovações.

Diante desse cenário, o papel das empresas torna-se fundamental. Os especialistas são unânimes ao afirmar que a responsabilidade de capacitação é das organizações. Não basta esperar que os mais jovens adotem a IA; é preciso oferecer educação, incentivo e orientação clara. O uso estratégico da Inteligência Artificial é um processo que precisa ser ensinado e estimulado, superando barreiras como a insegurança de grandes corporações com a ferramenta.

O relatório também destaca que os principais fatores de motivação para os profissionais brasileiros são a boa remuneração e as oportunidades de carreira. Esses dados, somados a pesquisas como a “Carreira dos Sonhos” da Cia de Talentos, mostram que os jovens se sentem mais engajados quando percebem que a gestão investe ativamente em seu sucesso e desenvolvimento, um fator chave para a retenção de talentos.

Fonte: Valor Econômico