por Fernanda Bottoni
Até a década de 90, o segmento de pesquisa de mercado empregava como analistas de dados basicamente antropólogos, psicólogos e sociólogos. Hoje em dia, no entanto, ele tem equipes multidisciplinares, formadas por profissionais de praticamente todas as áreas. Segundo Christian Reed, CEO da Expertise, uma das maiores empresas de pesquisa do Brasil, essa área vem se transformando muito. Confira a seguir as principais exigências para quem quer fazer carreira nesse mercado:
– Analistas de dados que trabalham em pesquisa de mercado podem ter as mais variadas formações – desde as tradicionais antropologia, sociologia e psicologia até administração, marketing ou engenharia.
– É obrigatório para um profissional desse segmento entender de negócios, marketing e finanças para compreender o problema do cliente e buscar uma solução. “O analista é quem chega às conclusões e dá os insights aos clientes, por isso precisamos de verdadeiros estrategistas de marketing para essa função”, diz Reed. “Essa tem sido a grande transformação desse mercado.”
– Analistas e pesquisadores de hoje também precisam entender como funciona o mundo digital. “Costumo dizer que eles precisam ser militantes digitais porque nós estamos lidando com comportamento, seja do consumidor final ou de uma empresa B2B, e a tecnologia está mudando a forma como as pessoas interagem, consomem e tomam decisões de consumo”, afirma. “É preciso entender a tecnologia e a forma como ela muda o comportamento das pessoas.”
– Empresas de pesquisa de mercado cada vez mais utilizam recursos online inclusive para coletar dados. Tantos os pesquisadores vão a campo com tablets e celulares, quanto as próprias pesquisas podem ser realizadas pela internet, em comunidades virtuais, chats, blogs e até com recursos mais avançados, em que o próprio consumidor faz vídeos da sua casa e dos hábitos de consumo da sua família. Portanto, a familiaridade com essas novidades é indispensável.
– Mais um pré-requisito importante é a capacidade de sintetizar dados. “Hoje, a cada dois ou três anos nós produzimos mais dados que havíamos produzido em toda a história”, diz Reed. “O estrategista, então, precisa entender quais dados – entre tantos que estão disponíveis – merecem atenção e como transformá-los em informação de qualidade para o cliente tomar decisão.
– A capacidade de gerir projetos também é muito exigida nessa área. “Precisamos colocar a pesquisa no mercado rapidamente e dar informação e insight para o cliente também de forma rápida, sem perder a qualidade e com um custo interessante”, afirma. “Sem dúvida e um desafio, mas existem muitas pessoas capacitadas para fazer isso.”