por Heloisa Valente
Quem é que não quer chegar à melhor idade com uma reserva financeira que lhe garanta uma vida tranquila? Esse é o sonho de qualquer pessoa que trabalhou ao longo de anos e quer ter uma aposentadoria legal. Mas como chegar nessa fase com um patrimônio que lhe permita isso? Maristela Gorayb, planejadora financeira certificada pelo Instituto Brasileiro de Certificação de Profissionais Financeiros (IBCPF) e diretora da Mapfre, diz que o caminho é planejamento.
“A ideia é que os recursos sejam acumulados ao longo do tempo. Em uma visão radical, o ideal é começar a reserva junto ao nascimento de um filho, com a contratação de um plano de previdência privada. Pode parecer exagero, mas o quanto antes esse patrimônio for construído menos oneroso ele será próximo da aposentadoria”, afirma.
E ela exemplifica: para juntar R$100 mil em um ano, é preciso investir pouco mais de R$8 mil por mês. Mas, ao diluirmos o valor em cinco anos, o investimento deverá ficar na casa dos R$1,6 mil ao mês. “A conta é simples e comprova que o quanto antes começar, menos é preciso dispor mês a mês. Também nesse caso, temos ao nosso favor o rendimento de juros sobre juros”, destaca.
Caminhos
Maristela analisa três situações que culminam com uma aposentadoria satisfatória. A primeira delas é o modelo já citado, começando com um plano de previdência desde o início da vida. O segundo está relacionado aos jovens que podem iniciar seu planejamento em torno dos 30 anos de idade. “Nessa etapa, o equilíbrio dos gastos é essencial. Nunca gastar mais do que se ganha, investir as sobras e os ganhos extras e fazer uma reserva para emergências é a receita básica”.
Ela comenta que aplicar dinheiro em fundos de investimentos que apresentam correção em torno de 6% mais TR são boas opções de curto prazo. No longo prazo, a dica são os planos PGBL e VGBL. “Muito importante para a faixa etária dos 30 anos também é pensar em adquirir um seguro de vida.
Por último, considera a situação em que a pessoa não conseguiu reunir um patrimônio ao longo da vida. “Essa é uma fase crítica porque de uma hora para outra a renda poderá sofrer uma queda drástica. No entanto, manter as contribuições do INSS em dia e partir para novas fontes de renda (com pequenos trabalhos ou negócio próprio), mesmo após a aposentadoria, são saídas que minimizam o impacto”, diz.
Com o aumento da expectativa de vida do brasileiro, Maristela afirma que pensar em aposentadoria o quanto antes é a maneira mais assertiva para planejar um bom orçamento para a hora do descanso. Por isso, ressalta que consultar um especialista no assunto pode fazer toda a diferença. “Da mesma forma que consultamos um cardiologista para fazer um check up e prevenir doenças devemos procurar ajuda de consultor para conhecer as melhores maneiras de garantir uma aposentadoria com saúde financeira”, conclui.