Saber como colocar experiência informal no currículo pode ser o diferencial entre passar despercebido ou conquistar aquela tão sonhada entrevista.
Muitas pessoas que trabalharam fora do regime CLT, seja como autônomas, freelancers ou ajudando na empresa da família, não sabem como traduzir essas vivências em algo que tenha peso profissional.
No entanto, o mercado de trabalho está mudando, e a valorização de trajetórias diversas está cada vez mais presente.
A seguir, vamos mostrar como fazer isso do jeito certo: com estratégia, clareza e sem abrir mão da honestidade, além de exemplos de experiência informal. Siga a leitura e confira!
Neste artigo você verá:
O que é experiência informal e por que ela importa?
Experiência informal é toda aquela atividade profissional desenvolvida sem vínculo empregatício formal, ou seja, fora da carteira assinada. Isso inclui trabalhos como freelancer, prestação de serviços como autônomo, atuação em negócios familiares, vendas por conta própria, entre outros.
Ela importa porque o que realmente vale para o recrutador são as competências que o candidato desenvolveu, independentemente do tipo de contrato.
Saber gerenciar seu tempo, atender clientes, resolver problemas, negociar ou liderar tarefas são habilidades que você pode ter adquirido nessas experiências, e são exatamente isso que as empresas procuram.
Com o crescimento do empreendedorismo e do trabalho remoto, inclusive entre jovens que buscam um currículo para primeiro emprego, as experiências informais se tornaram cada vez mais comuns e relevantes. Negar esse tipo de vivência é desperdiçar uma parte importante da sua trajetória profissional.
Como identificar experiências informais relevantes?
Nem toda atividade que você fez fora do ambiente corporativo precisa estar no currículo. O segredo é saber selecionar aquelas que mais se relacionam com o tipo de vaga que você está buscando.
Pergunte-se:
- Essa atividade me ensinou algo que posso aplicar na vaga que quero?
- Desenvolvi alguma habilidade técnica ou comportamental importante?
- Consegui algum resultado concreto (aumento de vendas, fidelização de clientes, entrega de projetos, etc.)?
Exemplo 1
Você trabalhou por dois anos como cabeleireiro autônomo, atendendo em casa ou no salão de amigos. Além de executar o serviço, cuidava do agendamento, divulgação e pagamento.
Essa experiência é extremamente relevante se você estiver buscando algo na área de beleza, atendimento ao público ou até administração de pequenos negócios.
Exemplo 2
Deu aulas particulares de inglês por três anos, mesmo sem diploma formal? Você acumulou uma experiência autônoma no currículo que mostra sua didática, organização e domínio do idioma, algo valioso para vagas em educação ou comunicação.
O foco deve estar sempre no que foi aprendido e conquistado, não apenas no nome da função.
Onde e como incluir no currículo?
Ao montar um currículo com trabalho informal, o ideal é que você não crie uma seção separada apenas para “trabalhos informais”. Em vez disso, integre essas experiências à seção de “Experiência Profissional”, como faria com qualquer outro trabalho.
Na prática, o que muda é a forma de apresentar. Abaixo, veja como estruturar tais informações:
- Título do cargo: use um nome claro e reconhecível pelo mercado. Em vez de “trabalhos avulsos”, prefira “Freelancer em design gráfico” ou “Prestador de serviços em manutenção de computadores”;
- Nome do empregador: se não houver uma empresa, escreva “Trabalho autônomo” ou “Cliente particular”;
- Período: informe mês e ano de início e fim, como faria em qualquer experiência formal;
- Descrição das atividades: destaque tarefas, projetos, resultados e habilidades desenvolvidas.
Exemplo
Designer Gráfico Freelancer
Trabalho autônomo – Jan/2021 a Dez/2023
Criação de identidade visual, peças para redes sociais e apresentações para clientes de pequeno porte. Atendi mais de 15 empresas, com foco em comunicação visual e marketing digital. Entregas sempre no prazo, com alta taxa de recompra e indicação (cerca de 60% dos clientes vieram por indicação).
Quais habilidades destacar a partir da experiência informal?
A grande vantagem das atividades informais no currículo é mostrar que você é capaz de aprender na prática. Isso demonstra iniciativa, versatilidade e responsabilidade — características muito bem-vistas por recrutadores.
Entre as competências mais comuns desenvolvidas nesse tipo de trabalho estão:
- Gestão de tempo: especialmente para quem conciliava diferentes clientes ou tarefas;
- Relacionamento interpessoal: ao lidar diretamente com consumidores ou parceiros;
- Organização e disciplina: para manter a rotina e cumprir prazos;
- Habilidades técnicas específicas: como edição de vídeo, costura, cuidados estéticos, culinária, etc.
Por exemplo, alguém que organizava eventos por conta própria, como aniversários e pequenos casamentos, desenvolveu competências como negociação com fornecedores, controle de orçamento e planejamento, habilidades altamente transferíveis para áreas como marketing, logística ou administração.
Ao mencionar essas competências, tente mostrar resultados concretos ou situações práticas, mesmo que brevemente. Isso dá mais peso ao relato.
Erros comuns ao incluir experiência informal
Embora seja importante valorizar seu histórico, há algumas armadilhas que devem ser evitadas ao montar um currículo com trabalho informal. Veja os principais erros:
- Ser vago demais: frases como “trabalhos diversos” ou “ajudas gerais” não dizem nada ao recrutador. Seja específico sobre o que fazia, como fazia e o que conseguiu alcançar;
- Inventar experiências: jamais crie experiências que não teve. Mesmo se o trabalho não tiver comprovação oficial, o recrutador pode pedir detalhes, e inconsistências podem ser facilmente percebidas;
- Exagerar nos termos técnicos ou no “jargão”: mantenha a linguagem profissional, mas clara. Evite florear demais ou criar cargos que não existem apenas para “soar melhor”;
- Colocar experiências irrelevantes: incluir atividades desconectadas da vaga só ocupa espaço no currículo e pode causar distrações.
Dicas para fortalecer a credibilidade da experiência informal
Muitos candidatos se preocupam com a credibilidade da experiência fora da carteira assinada, mas há formas práticas de validar esse histórico:
- Tenha portfólio ou registros dos trabalhos. Fotos, prints de entregas, avaliações de clientes, links de redes sociais com seus trabalhos — tudo isso ajuda a comprovar sua atuação;
- Peça recomendações. Clientes antigos, parceiros de projeto ou até professores podem dar referências, seja no LinkedIn ou em formato de carta;
- Use as redes sociais a seu favor. Liste essas experiências na plataforma, mantenha seu perfil atualizado e conecte-se com quem trabalhou com você. Isso aumenta sua visibilidade e confiabilidade;
- Inclua resultados. Sempre que possível, quantifique seu impacto: “Aumentei as vendas em 30% com estratégias de divulgação nas redes sociais” tem muito mais peso do que apenas “vendia pela internet”;
- Demonstre constância. Mostrar que você fez uma atividade por meses ou anos, com frequência, é um indicativo de comprometimento — algo muito valorizado pelos empregadores.
Conforme você acabou de ver, incluir experiências informais no currículo não é só possível, é uma forma inteligente de mostrar quem você é, o que sabe fazer e como pode contribuir com uma nova equipe.
Ao saber como colocar experiência informal no currículo, você se torna mais competitivo e mostra que está pronto para o mercado, mesmo que sua trajetória não tenha seguido o caminho tradicional.
Se você está em busca de uma oportunidade que reconheça suas habilidades reais, chegou a hora de dar o próximo passo. Acesse agora o Vagas.com, cadastre seu currículo com todas as suas experiências e comece a concorrer a vagas que valorizam a sua história.
