por Fernando Porto
Se você é músico, educador ou historiador e está com dificuldades para se manter no mercado de trabalho, saiba que estão surgindo oportunidades em um setor que está crescendo a cada ano no Brasil e está empregando estas e outras diferentes profissões: a indústria de videogames.
O motivo é que, a exemplo dessa indústria em outros países, os jogos estão se sofisticando e oferecendo produtos finais mais complexos, com enredo, grandes trilhas sonoras e funções educacionais. “Temos também mercado para profissionais focados em marketing, na área comercial e administrativa. Um jogo demanda hoje um grande projeto”, explica Marcelo Tavares, diretor da Brasil Game Show (BGS) – o maior evento do setor no País, que será realizado entre os dias 8 e 12 de outubro no Expocenter Norte, em são Paulo.
Movimento de R$ 3 bilhões
Tavares, que atua há 12 anos no setor, acredita que o mercado de trabalho da área tem um grande potencial econômico e já deveria ter crescido mais. O BNDES estima, entre jogos de console e de PC, há um movimento anual de cerca de R$ 3 bilhões.
“Com a redução da pirataria, esse mercado pode crescer ainda mais. Lembro que, 12 anos atrás, a cada 10 jogos vendidos no Brasil, nove eram piratas. Hoje, é algo em torno de 50%”, observa. Ele não soube precisar a faixa salarial média dos desenvolvedores de games. “A área de desenvolvimento de games no Brasil cresceu muito tarde e, como cresceu depois do mercado internacional, obviamente que essas empresas ainda estão amadurecendo. Acredito que, a médio prazo, teremos desenvolvimento de grandes jogos no Brasil, que vão refletir no mercado de trabalho.”
Jogos educacionais
Para o diretor da BGS atualmente a indústria nacional desenvolve ótimos jogos mobile e também bons advergames (ligados à propagandas), jogos educacionais e para treinamentos empresariais. “O governo federal poderia dar mais apoio, na forma de polos regionais, para essas empresas possam ter algum incentivo fiscal como ocorre no exterior”, sugere.
A Brasil Game Show terá duas áreas exclusivas para desenvolvedores independentes. Dezenas de empresas terão a oportunidade de expor seu trabalho para os visitantes da feira. Contará ainda com uma área no Pavilhão de Negócios, onde os desenvolvedores indie poderão fechar parcerias e novos negócios. “Temos um sistema de matchmaking, uma ferramenta online que permite agendar reuniões com executivos dentro da feira.”
Segundo Tavares, existem cerca de 200 empresas desenvolvedoras de games no Brasil e a maioria é de pequeno e médio porte. “Muitas empresas do exterior buscam esses talentos do Brasil. Rafaela Lima está há 12 anos na EA (Electronic Arts) como supervisora de músicas e Gilliard Lopes é um dos principais produtores do jogo Fifa, no Canadá”, exemplifica o empresário.