por Fernanda Bottoni
O mercado de TI – tecnologia da informação – foi bem em 2014. É o que afirma Renato Rosa, analista sênior de pesquisas da IDC Brasil, empresa de pesquisa especializada no segmento. “As empresas já estavam prevendo um ano complexo e adiantaram seus pipelines de vendas para sofrerem menos impacto com a diminuição de dias úteis que tivemos”, explica.
Segundo Rosa, as vendas de hardware foram muito bem, especialmente no primeiro semestre do ano. Software seguiu a mesma toada, com destaque para ferramentas colaborativas e aplicações de CRM e Analytics. Por fim, o setor de serviços também se saiu bem, alcançando crescimento de 8,7% no primeiro semestre do ano em relação ao mesmo período do ano anterior. “O comércio, por exemplo, é um setor muito cauteloso em investimentos, mas tem se interessado bastante por omni-channel (uma das grandes tendências na área atualmente), já que a consolidação de todos os canais de venda tem potencial de alavancar muito os seus resultados”, explica.
Paralelamente, claro, algumas profissões foram valorizadas nessa área. “Profissionais de segurança com conhecimento de firewall, ataques, gerenciamento de redes, por exemplo, são raros e, por isso, disputados pelas empresas”, afirma. Outra demanda do mercado é por pessoas com conhecimento em cloud computing, Big Data e mobilidade. “O mercado está evoluindo rapidamente aqui no Brasil e ainda não há cursos para formar profissionais nessas áreas.”
Segundo o analista, também estão em falta gestores de nível médio. “Existem profissionais bons tecnicamente que, quando assumem uma função mais administrativa de coordenação, acabam não tendo performance tão boa”, explica. (fica a dica para aqueles que já têm experiência de emprego)
Sua opinião está afinadíssima com Guia Salarial Hays Insper 2014/2015, que também aponta a dificuldade de encontrar especialistas em computação em nuvens e Big Data e a consequente disputa das empresas pelos profissionais mais qualificados.
Quanto vale a disputa – Falando em números, segundo o Guia, um CIO chega a ganhar em São Paulo R$ 32 mil por mês. Um Gerente de Segurança da Informação, em empresas de grande porte, tem salário entre R$ 13 mil e R$ 15 mil, e o nível abaixo dele, de Coordenador de Segurança da Informação, ganha entre R$ 10 mil e R$ 12 mil.
O mais interessante, no entanto, é a comparação entre os salários oferecidos em São Paulo e os pagos no Rio de Janeiro, que, curiosamente, são bem mais atraentes. O primeiro nível de TI carioca, por exemplo, em empresas de grande porte, parte de R$ 35 mil – e chega a ganhar R$ 45 mil por mês. O Gerente de TI tem salário entre R$ 22,5 mil e R$ 27,5 mil – enquanto o mesmo cargo em São Paulo recebe entre R$ 14 mil e R$ 17 mil. Já o Analista de Segurança da Informação da capital fluminense tem salário compatível com o do Coordenador de Segurança da Informação da capital paulista, ganhando entre R$ 10 mil e R$ 12 mil.
Otimismo estratégico – Para 2015, as expectativas são boas para o segmento. Tanto Rosa quanto a Hays apontam uma intensificação dos investimentos em TI. “No mínimo, o próximo ano deve ser tão bom quanto foi este que está acabando”, diz Rosa. “Em momentos de crise ou instabilidade, as empresas devem priorizar os investimentos que as tornam mais competitivas e rentáveis e isso deve sustentar os investimentos em TI”, finaliza.
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