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Um bom salário ou uma boa remuneração, eis a questão

Formas de recompensa dadas a um profissional são bem distintas

por Heloisa Valente

Aparentemente, salário e remuneração podem ser consideradas palavras sinônimas. No entanto, pesquisando o tema é perceptível que as formas de recompensa financeira dadas a um profissional pelo desempenho de um trabalho são bem distintas. Mas o que difere uma prática da outra? Quem explica é Mirelle Philomeno, gerente da consultoria Hays.

Ela diz que o salário é o valor fixo que a pessoa ganha no mês e que sobre ele incidem itens como 13º salário, férias, 1/3 de férias e outros benefícios e descontos regidos pela legislação trabalhista. “De modo geral, o salário chega a ser responsável por até 50% da decisão de um profissional aceitar ou não uma proposta de emprego. No entanto, essa cultura de avaliar o salário como um diferencial na oferta de vagas tem mudado de uns cinco anos para cá”, ressalta.

“Cada vez mais as companhias, espelhadas nas organizações multinacionais, têm desenvolvido benefícios atrelados ao ganho mensal como componentes importantes para atrair e reter talentos. Da mesma forma, esse conjunto de coisas tem despertado interesse maior dos profissionais”. A especialista em recrutamento e seleção afirma que hoje a remuneração já responde por 80% da decisão de um colaborador ficar na atual empresa ou mudar de trabalho.

E na opinião dela, essa é uma tendência que veio para ficar. “É muito comum o profissional abrir mão de um salário alto por um menor. Isso porque a remuneração total pode ser mais atrativa. Parece um contrassenso, mas colocando na balança, pode sim ser compensador. O fixo pode ser menor, mas somado aos benefícios, os ganhos podem ser infinitamente maiores”, destaca.

Mirelle Philomeno, gerente da consultoria Hays

Jornada flexível e até vale academia
Mirelle divide a remuneração em dois grupos: o dos ganhos mensuráveis e o dos intangíveis. No primeiro caso, são considerados os benefícios como vale refeição, alimentação e outros como o vale combustível. No segundo, ganham destaque horário diferenciado de trabalho, jornada flexível (dois dias em esquema home office), cursos de especialização, MBA e até vale academia.

“Os itens considerados intangíveis são os mais valorizados pelos profissionais inseridos em um mercado de trabalho moderno e competitivo. Esses benefícios podem também agregar valores à qualidade de vida e à carreira profissional”, explica.

É possível mensurar o ganho que tem uma executiva que divide suas atividades com filhos e que tem a opção de trabalhar em casa dois dias na semana? Ou ter atrelado à remuneração um vale academia ou ainda ter um MBA totalmente custeado pela empresa?

“Todos esses exemplos, diz Mirelle, fazem parte de um pacote de remuneração que vem sendo formatado pelas companhias de acordo com o perfil de pessoas que ela quer ter dentro do seu quadro de talentos. É sempre um motivador”, completa.