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Mercado para trainee segue aquecido

Em meio à crise econômica empresas mantiveram programas de trainee

por Heloisa Valente

Apesar da instabilidade econômica vivenciada no mercado brasileiro, muitas empresas mantiveram investimentos em seus programas de trainee. Prova disso são os quase 190 processos seletivos abertos em 2015, número semelhante ao praticado em 2014, quando 207 programas selecionaram profissionais para o mercado corporativo. Os dados são da Seja Trainee, consultoria especializada em treinamento de candidatos e que anualmente trabalha com 200 empresas que abrem programas em diferentes segmentos.

Os resultados da pesquisa

Luís Abdalla, diretor fundador da Seja Trainee, diz que essa pequena redução no número de processos seletivos pode estar relacionada com a crise, uma vez que boa parte das empresas está revendo custos. Mas para ele, mais do que observar o volume pouco menor, é interessante perceber que as empresas abriram tardiamente seus processos de seleção. “Tradicionalmente os meses de agosto e setembro concentram o maior volume de aberturas. No entanto, em 2015, essa demanda ficou para setembro e outubro”, afirma.

Ele explica que as empresas avaliaram melhor o número de vagas ofertadas, intensificaram seus programas de estágios e internalizaram parte do processo seletivo na busca por candidatos, tudo isso como forma de otimizar recursos. “Essa estrutura mais racionalizada pode ser observada na maior oferta de vagas para posição sênior dentro das organizações”, conta. De qualquer modo, esse é um mercado que segue aquecido. Abdalla destaca que a maioria das empresas abre, em média, 10 vagas de trainee corporativos anualmente.

Treinamento especializado

Com boas ofertas de trabalho, os candidatos recém-formados têm buscado melhor preparação para enfrentar os concorridos processos seletivos para trainee. “Através de treinamento, esses jovens ganham segurança e autoconfiança em relação ao perfil e os tipos de oportunidades buscadas. Isso se reflete em maiores chances de aprovação em um tempo menor de inserção no mercado de trabalho”, afirma Abdalla.

O mercado e o perfil de trainee

Abdalla ainda ressalta que entre as características mais procuradas pelas empresas nos candidatos estão a capacidade de inovação, curiosidade, agilidade e solução de problemas. Também a facilidade de se relacionar, persuadir e tomar decisões são fundamentais, além de habilidade para se adequar às mudanças. “Se bem preparados, os candidatos a trainee têm boas chances de conquistar uma vaga e iniciar uma carreira de sucesso na empresa escolhida”, avalia.

De acordo com a consultoria, os segmentos de maior demanda para trainee são os do agronegócio, TI, bens de consumo, banco e financeiras. Em média, a base salarial desses profissionais no mercado brasileiro é de R$4.900. Entre eles, o setor de agronegócio é o que melhor remunera, em torno de R$5.400.

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